O bilionário chinês Qin Yinglin é o fazendeiro mais rico do mundo, com uma fortuna pessoal de US$ 22 bilhões, equivalente a R$ 112,62 bilhões.
Seu império suíno cresceu muito desde o ano passado com a escassez e o aumento dos preços devido ao surto de gripe suína, em 2019, e também à pandemia de COVID-19.
Yinglin e a esposa, Qian Ying, começaram a criar porcos em 1992, com apenas 22 leitões. Em 2019, eles já tinham mais de 10 milhões de porcos na empresa Muyuan Foods, registrada em Shenzhen.
A carne suína é a mais consumida na China, por isso a demanda é alta, e a redução da oferta por causa do aumento das restrições e da seleção fez os preços dispararem rapidamente.
O surto de gripe suína em 2019 acabou com metade dos porcos da China, provocando um aumento de 160% nos preços. Com isso, o valor das ações da Muyuan Foods aumentou 200% e, em junho do ano passado, a fortuna de Yinglin já tinha duplicado, chegando a US$ 22 bilhões.
A empresa continua forte porque mantém a propriedade de uma alta porcentagem das fazendas, facilitando o controle da higiene e a biossegurança para evitar doenças.
Quando a China começou o lockdown no começo de fevereiro deste ano, o fornecimento de carne suína foi limitado, e o preço das ações da Muyuan acabou subindo 80% entre 3 de fevereiro e 28 de abril. Assim, a fortuna de Yinglin ganhou mais US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões).
No entanto, alguns analistas preveem que o retorno do abastecimento de carne suína na China possa provocar uma redução da fortuna pessoal de Yinglin, sustentada pelos preços excessivos do setor nos últimos anos.
À medida que o surto de gripe suína se estabiliza e o lockdown pelo coronavírus é flexibilizado, os preços da carne de porco estão caindo, e o mercado deve voltar ao normal.
“A sorte [de Muyuan] não vai durar para sempre”, comenta Wilhelm Uffelmann, chefe de consultoria da Roland Berger, consultora de alimentos e agronegócios, para o Financial Times.
No início deste ano, Yinglin afirmou em uma entrevista que a COVID-19 era, em certa medida, uma bênção para os fazendeiros.
“A epidemia vai forçar as empresas e os fazendeiros mais frágeis a desistir, mas será uma oportunidade de lucro e desenvolvimento para as empresas mais fortes”, disse ele. Por Finanças Internacional / Yahoo Finanças