Exploração da Margem Equatorial pode praticamente dobrar reservas de petróleo da Petrobras

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Estudos apontam que a região pode conter de 6,2 bilhões a 10 bilhões de barris, ante reservas provadas da estatal que somam 11,4 bilhões de barris

Petróleo do pré-sal
Petróleo do pré-sal (Foto: Reuters)
Conteúdo postado por Paulo Emílio:
247 – O potencial da Margem Equatorial voltou ao centro do debate energético nesta segunda-feira (20), após a Petrobras confirmar que o Ibama concedeu a licença necessária para a perfuração do primeiro poço de petróleo na região. Segundo o jornal O Globo, um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que a região pode conter 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Dados do Ministério de Minas e Energia, porém, apontam que o potencial pode ser muito maior, chegando a 10 bilhões de barris recuperáveis, praticamente dobrando as reservas provadas da estatal, que somam 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

Investimentos bilionários

Segundo a reportagem, o Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras prevê 15 poços exploratórios na Margem Equatorial, com aporte total de US$ 3 bilhões. Pedro Rodrigues, sócio da consultoria CBIE, destacou a urgência em diversificar as reservas diante do declínio esperado do pré-sal a partir da próxima década.

Novas fronteiras

“Depois das águas rasas, das águas profundas e ultraprofundas com o pré-sal na Bacia de Santos, o Brasil se tornou uma potência global. Mas esses campos têm vida útil; por isso, é preciso seguir descobrindo novas reservas”, afirmou. Ele também criticou a demora no processo de licenciamento. “Hoje vimos que, com essa licença, houve uma vitória da ala do bom senso do governo, já que havia rumores de que só sairia após a COP30”, disse Rodrigues.

Questão ambiental e uso de royalties

Para o consultor, o Brasil mantém bom histórico ambiental na indústria de petróleo, mas ainda enfrenta desafios na aplicação dos royalties. “Você pode questionar o uso dos royalties, como ocorreu na região Norte do Rio de Janeiro, mas é importante destacar que o Brasil tem um baixo volume de vazamentos, o que mostra sua eficiência operacional”, ressaltou.

Setor comemora avanço histórico

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro) também comemorou a licença. Para Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da entidade, o movimento é essencial para garantir empregos e desenvolvimento.

“A produção de petróleo e a industrialização que ela induz são fatores imprescindíveis para que o Brasil mantenha o ritmo de criação de empregos de alta qualificação e remuneração. Isso é de particular relevância para as regiões Norte e Nordeste do país, que serão intensa e positivamente impactadas por este avanço”, destacou Ghiorzi, de acordo com a reportagem.

Ghiorzi ainda alertou para a necessidade de acelerar a exploração. “Desde 2018 não perfuramos poços em novas fronteiras. Mas a Petrobras e a cadeia produtiva brasileira já superaram desafios igualmente difíceis e importantes. Nós superaremos novamente e manteremos o vigor do crescimento e do desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, concluiu.

Críticas de ambientalistas

Enquanto o setor de petróleo celebra o avanço, entidades ambientais classificaram a liberação como “desastrosa” e chegaram a acusar o governo de sabotar a COP30, que ocorrerá em Belém dentro de duas semanas.

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