O objetivo é atender mulheres vítimas de violência doméstica
Teixeira de Freitas – No ano de 2005, um escândalo envolvendo o até então cantor e apresentador Netinho de Paula levantou a discussão sobre a violência doméstica nas famílias brasileiras, quando, sua ex-esposa, Sandra Mendes Figueiredo, levou a público as agressões que sofria do marido. Após quase oito anos, o exemplo e a experiência de Sandra levou-a a envolver-se com o auxílio a mulheres que, como ela, viveram (ou vivem) sob violência, e a trouxe ao extremo sul da Bahia, onde pretende iniciar o projeto “Mulheres Livres”.
Sandra conta que sua iniciativa no trabalho voluntário se deu de maneira natural após a divulgação do caso. “Elas batiam mesmo à minha porta, de madrugada, a qualquer hora, perguntando o que fazer, e eu acabei fazendo um trabalho voluntário, ajudando famílias, mulheres, lá em São Paulo, procurada por outras mulheres precisando de ajuda”. Seu trabalho se iniciou de maneira gradativa, e fez com que criasse “um grupo de psicólogos, médicos, advogados que me ajudam a fazer visitas semanais a uma comunidade carente”.
A nova formatação do projeto, o Mulheres Livres, visa criar uma instituição de acolhida a mulheres que sofrem violência, onde encontrarão auxílio psicológico, inclusive, para os filhos, auxílio jurídico, e também a profissionalização, posto que, muitas vezes, as vítimas dependem economicamente do agressor. “Elas sofrem a violência moral, a violência física e a violência financeira também, porque, no caso de uma separação, a mulher também sofre muito, então, a gente quer cuidar de todos esses casos envolvendo a família” e, para isso, Sandra visita nesta semana a região – passando por Itanhém na quinta-feira, e em Medeiros Neto, no sábado, onde proferirá palestra sobre o assunto – em busca de empresas que abracem a causa.
“Nós viemos aqui para buscar parcerias com empresas de cosméticos, e de outros ramos, que patrocinem o projeto, que abracem essa ideia. Nós vamos ter camisetas, artistas divulgando no Brasil todo. Em São Paulo eu já fiz várias entrevistas de TV, e agora estamos trazendo para cá”, disse, ressaltando em seguida que o objetivo do Mulheres Livres é “Ajudar as mulheres que têm menos recursos financeiros, emocionais e até culturais, de saber que isso não pode”, oferecendo o apoio necessário para que a mulher se sinta independente e entenda que não precisa se submeter a qualquer tipo de agressão.
“Queremos trabalhar também a autoestima dessas mulheres, com cursos de manicure, cursos de cabeleireira e todo tipo de aprendizado. A mulher que sofre agressão não tem para onde ir. Naquele momento a cabeça ainda está atordoada e você acaba ficando, e ainda tem a vergonha, que é a vergonha moral, e naquele momento a gente conversa com um psicólogo, vê se é isso mesmo que ela quer fazer, passa por um médico para ver se está tudo bem, e depois a gente quer encaminhar para fazer cursos. Meu negócio é levantar a autoestima das mulheres, porque você tendo autoestima tudo vai bem, porque eu sei que não é fácil”, destacou a mentora do Mulheres Livres.
Para aqueles que se interessem em conhecer um pouco mais acerca do projeto de acolhida a mulheres vítimas da violência doméstica, fazer parcerias, ou buscar outras informações, basta entrar em contato através do e-mail [email protected], ou (em breve) pelo site www.mulhereslivres.com.br. Em São Paulo, o trabalho voluntário chegou a atender 400 mulheres e, vale ressaltar, as empresas que apoiarem o projeto poderão ter dedução fiscal do valor empenhado. Por Raíssa Félix / Jornal Alerta.