Ex-goleiro do Grêmio e Flamengo se assume gay: “Optei por enfrentar”

106

No podcast Nos Armários dos Vestiários, do GE, Emerson conta como guardar o segredo prejudicou sua trajetória nos gramados

Goleiro Emerson atuando pelo Bahia - MetrópolesReprodução / Instagram
O ex-goleiro Emerson, que tem passagem por Grêmio, Flamengo e Bahia, revelou, nesta sexta-feira (19/8), que é gay. No podcast Nos Armários dos Vestiários, do GE, Emerson conta como guardar esse segredo prejudicou sua trajetória nos gramados.

“A minha vida pessoal, a cada defesa que eu fazia, cada vez que eu me destacava mais dentro de campo, o buraco vazio aumentava também inversamente proporcional. Quanto mais famoso eu ficava, mais difícil se tornava ser gay dentro desse ambiente”, conta o atual comentarista esportivo.

Segundo ele, o ambiente do futebol “é muito hostil para um gay”. “Eu fico imaginando quantos garotos desistiram de se tornar jogador de futebol por conta disso, por perceberem essa situação. Eu segui com tudo isso, mas sofri com as consequências de seguir. Eu queria ser goleiro do Grêmio. Eu queria ser um jogador de futebol. E eu conquistei isso, só que tive de enfrentar um outro lado que é muito difícil”, explicou.

O ex-goleiro também pontuou que ele não é o único no mundo do futebol que é gay, mas que muitos optam por ter relacionamentos heterossexuais para se proteger.

“Eles se protegem da suspeita de serem homossexuais e aí conseguem sobreviver. Só que normalmente, quando você faz isso, acaba levando uma vida infeliz, fazendo a outra pessoa infeliz. Eu optei por não casar. Optei por não enganar ninguém, por enfrentar tudo sozinho. Eu nunca aparecia com uma namorada, então esses comentários sempre surgiam. Quando tinha alguma reunião, algum churrasco de atletas que todo mundo levava a esposa, eu estava sempre sozinho. E, logicamente, os outros jogadores falavam muito, mas eu optei por enfrentar”, revela ele.

Emerson iniciou sua carreira no Grêmio e passou pelo Flamengo, América-RJ, América-RN, Ituano, Bragantino, Juventude, Bahia e Vitória durante os anos de 1991 a 2007. Por Nat Coutinho / Metrópoles