Eugênio Aragão: elite colocou uma coleira no Bolsonaro, vamos ver quanto tempo vai durar

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Ex-ministro da Justiça avaliou que as elites brasileiras buscam conter o autoritarismo de Bolsonaro, colocando uma espécie de “coleira” no chefe de governo. Contudo, ele alertou: Bolsonaro é “cachorro doido” e pode “roê-la”

Eugênio Aragão e Jair Bolsonaro
Eugênio Aragão e Jair Bolsonaro (Foto: ABr / Marcos Corrêa/PR)

247 – O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, em entrevista à TV 247, afirmou que o recuo de Jair Bolsonaro em relação às ameaças contra o Supremo Tribunal Federal (STF) representa uma espécie de acordo com as elites. Nele, no entanto, o sistema de Justiça jamais se comprometeu em arquivar os processos já iniciados contra Bolsonaro e sua família.

Após os atos do 7 de setembro, Bolsonaro recuou das declarações golpistas contra o STF, em nota redigida pelo ex-presidente Michel Temer. Ele diz no texto que suas palavras, “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

“Me parece que ninguém concordou em arquivar tudo, mas pelo menos em dar uma folga para o Bolsonaro. Acredito que Bolsonaro entrou nesse jogo porque o que estava do outro lado da bandeja não era nada agradável — acabava também envolvendo os filhos dele”, disse.

Ao menos a reação das elites econômicas foi positiva, avaliou Aragão. “No dia 9 (dia em que a nota de recuo foi divulgada), o mercado reagiu de forma muito positiva. 3 pontos para cima na Bolsa de Valores, o dólar recuou, todo mundo soltou foguetes com esse acordinho engendrado pelo santinho de pau oco Michel Temer”, completou.