Irmã de Ana Beatriz Barros, top model mundialmente famosa, Patrícia mostra que beleza é uma tradição familiar

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
Patrícia Barros tinha apenas 16 anos quando começou a conhecer o mundo, ao se tornar modelo junto da irmã mais nova, a top model Ana Beatriz Barros, hoje uma das Angels da Victoria’s Secret.
Sete anos atrás, Patrícia decidiu trocar de profissão e passou a estudar para ser atriz.
Hoje, aos 30, está colhendo os frutos: ela é protagonista de Corações Feridos, novela do SBT, e está produzindo uma peça na qual também vai atuar.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
A mineira – ela nasceu em Itabira – recebeu a VIP em sua casa, em São Paulo, numa sexta-feira à noite, depois de ter feito o ensaio que você acabou de ver e antes de uma festa de aniversário.
Apesar de ter passado o dia inteiro posando para as fotos, ela não parecia estar cansada e falava de sua vida com um brilho extra nos olhos verdes, que já se destacam em seu rosto naturalmente.
“Fiquei surpresa quando soube que queriam que eu fosse capa da VIP. As mulheres da capa sempre são lindas, então adorei ser uma delas.”

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
Antes de ser atriz, você foi modelo. Como foi o início da sua carreira?
Eu estava andando na praia, no Rio, com a minha irmã e nos abordaram para sermos modelos da Elite.
Eu e ela aceitamos, e aí já fui fazer trabalhos no Japão, Nova York, Paris, Alemanha, Londres, Itália…
Foi difícil morar no Japão?
Fiquei dois anos. O trabalho era completamente diferente dos ensaios feitos aqui.
Eu fazia fotos como se tivesse 30 anos, que é a idade com que as mulheres usam as grandes marcas lá. Adorei.
Eu tinha 17 anos, e com essa idade você quer conhecer o mundo, não importam os desafios.

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E em que momento você decidiu ser atriz?
Com 23 anos eu acompanhei um amigo em um curso de teatro e fiz uma aula. Desde então me apaixonei e não consegui largar.
Parei de trabalhar como modelo, parei de viajar sempre, só fazia coisas menores, e fui estudar artes cênicas.

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E você ficou estudando até ser escalada para Corações Feridos?
Eu estudei muito, fiz bastante teatro, produzi curtas, comecei a fazer publicidade e continuei sendo modelo para trabalhos que durassem pouco tempo.
Eu viajava uns cinco dias, fazia fotos, voltava com uma grana que dava para ficar um tempo tranquila e continuava estudando.
Quando o dinheiro estava acabando, eu viajava de novo para outro trabalho.

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A novela foi gravada em 2010 e iria ao ar em novembro daquele ano, mas foi adiada. Qual a sua reação quando soube?
Na primeira vez que falaram que não ia ao ar, achei muito estranho, mas um colega de elenco me falou que isso era normal no SBT.
Como eu queria muito ver o resultado, fiquei chateada, mas depois me conformei. Ao me garantirem que ia ao ar no início deste ano, eu disse que só acreditava vendo.
Seu papel é de uma mocinha. Quer fazer uma vilã agora?
Quero! Deve ser ótimo fazer uma vilã. É muito mais desafiador você ter que interpretar uma personagem que não tem personalidade parecida com a sua.
Acho que para fazer uma vilã eu teria que buscar coisas obscuras do meu ser que eu bloqueio e precisaria de algum jeito ampliá-las para poder viver a personagem.

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Sua personagem, a Amanda, é muito apaixonada e intensa. Você é assim também?
Eu sou intensa, mas não como a Amanda. Minha irmã fala que a Amanda é muito cordeirinho, muito do bem.
Eu não sou tão sorridente, sou mais mal-humorada e não tenho tanta paciência como ela.
Então como você define a sua personalidade?
Eu sou meio irritadiça, por isso faço muita meditação. Hoje em dia, por exemplo, só escuto música clássica no trânsito.
Também sou muito tímida, e o Marcos [Campos, dono da Disco e do Bar Numero, em São Paulo], meu namorado, me ajuda muito nisso, ele tem uma vida social intensa e eu sou obrigada a sair do casulo.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
Você se diz tímida, mas passou o dia inteiro quase sem roupa para fazer as fotos. Como você consegue esquecer a timidez no trabalho?
Eu nunca tive problema com o meu corpo. Trabalho como modelo desde os 16 anos, então não vejo isso como um problema.
Minha timidez existe quando é para falar em público. Não me pede para falar na frente de 20 pessoas que não vai dar certo.
Mas, se você me colocar em um palco com 500 pessoas, eu vou fazer minha cena tranquila. Eu estou com a minha personagem, não sou eu ali.

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Quais são seus planos para agora?
Eu estou produzindo uma peça que se chama Covil da Beleza, e pretendo atuar nela também.
Tem duas personagens que me interessam, uma é uma antipática e fria, e outra é uma vendedora com humor negro.
Acho legal que vou fugir um pouco do que eu sempre faço, que é drama.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
E ser modelo? Já está fora dos seus planos?
Ah, não quero trabalhar como modelo de novo. Só para alguns trabalhos mais simples.
Acho que, quando uma pessoa quer ser modelo e viver só disso, ela precisa ir para fora, não dá para morar no Brasil. E isso não é mais para mim.
Para você, qual é a pior parte de ser modelo?
Quando você é modelo, faz umas viagens surreais.
Eu chegava de viagem e já tinha que trocar de roupa, maquiar e tirar foto, sem nem dormir, depois de 12 horas viajando. E ainda tinha que estar bonita. É muito exaustivo.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
Como é a sua relação com a Ana Beatriz?
É maravilhosa, tanto com ela quanto com a Malu, que é a mais nova de nós.
Por causa do trabalho do meu pai nós sempre tivemos uma vida meio nômade, já moramos no Rio de Janeiro, Uberaba, Araxá, Belo Horizonte, São Paulo.
Então nós sempre fomos muito próximas.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP)
Você tem três tatuagens, o que elas significam?
A primeira que fiz foi a tribal, na nuca. Eu gostei quando vi, mas não tem significado nenhum.
Quando eu tinha 17 anos, fiz a segunda, que é a que eu tenho na bunda. Eu namorava há alguns meses e decidi fazer uma tatuagem com o nome dele.
Quando minha mãe viu, perguntou se o tatuador tinha assinado, e eu expliquei que era o nome do meu namorado. Tudo o que ela fez foi me chamar de burra. Depois de 15 dias, eu terminei o namoro, e cobri com umas ondas.
E a do pé foi a terceira. Para mim são a Lua e Vênus. Eu fiz e a Ana decidiu fazer. Depois obriguei a Malu a fazer, e minha mãe e meu pai fizeram também.
Você já foi loira e morena. Qual prefere?
Sou morena de natureza, então acho que fico bem melhor assim. Não acho que loiras sejam mais sexy.
Angelina Jolie é morena e é uma das mais sexy do mundo. Acho que o sex-appeal vem de dentro, não é uma cor de cabelo que vai me fazer sentir mais sexy ou menos sexy.

(Felipe Hellmeister/Revista VIP
Quando você quer se sentir um mulherão, o que faz?
Ponho uma lingerie linda, um vestido, um salto e o cabelo com volume.
O que o seu namorado achou de você posar para a VIP?
Ele perguntou se eu ia ficar pelada e eu disse que não sabia. Mas não tenho nada contra o nu, contanto que não seja algo vulgar.
Por exemplo, se eu estou em Formentera, na Espanha, eu vou pelada à praia e não tenho o menor problema com isso.
Adoro praia de nudismo, já fui e não tem nada de sexual, mas algumas pessoas olham a nudez como algo sexual. Lá ninguém fica espiando, prestando atenção nos outros, é muito tranquilo.
Realização: Andrea Bueno
Estilo: Manoela Fiães
Fotos: Felipe Hellmeister
Produção: Juliana Hirschmann
Beleza: Vito Mariella
*Ensaio originalmente publicado na edição 325 da revista VIP. Por Camila Ciarallo