E todo ano é o mesmo lenga-lenga: estudantes perdem a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) porque chegam atrasados ao local de provas.
Acho interessante a lógica dos nossos jovens (a maioria que faz o exame), para eventos outros, como shows de bandas estrangeiras, por exemplo, são feitas caravanas com ônibus que viajam do Oiapoque ao Chuí, e eles ficam em barracas, acampados por dias, na fila para adquirir o ingresso. Já para o Enem, que possibilita o ingresso em uma UNIVERSIDADE, ainda tem gente que culpa o fluxo intenso do trânsito, ou, o horário de verão. Paciência!!!
Segundo Ministério da Educação (MEC), este ano, mais de 8,7 milhões pessoas se inscreveram no Enem, número recorde desde a primeira edição do exame, que, neste sábado e domingo, fora aplicado em 1.752 municípios, com 17.367 locais de provas e 242.948 salas. O número de eliminações foi menor que no ano passado, somente 1.519, equivalente a 28,64 % contra 29 % em 2013; 236 foram eliminados por uso de celular, nos dois dias de testes.
Os dados evidenciam a importância da prova, que é usada como vestibular ou parte da avaliação para entrada em diversas instituições de ensino no país. Difícil entender como tem gente que ainda consegue, mesmo com todos os comerciais na TV, SMS que o MEC enviou, e-mail etc. se esquecer das provas ou se atrasar.
Esta pequena parcela que se atrasou, pulou muro, brigou com seguranças, enfim, foi irresponsável, por sorte, foi minoria no ano em que o Enem atingiu seu ápice e foi recordista de inscritos. Lamentável que na maioria responsável, que se interessa, um montante enorme não está preparado para as gigantescas questões da prova. O exame peca desde que surgiu pela ausência de objetividade nos enunciados, que mais parecem serem feitos para não se ter resposta, confundir o estudante, que outra coisa, como muitos postaram em críticas nas redes sociais.
O aluno não está acostumado com questões daquele tipo, porque a realidade em salas de aula no país é bem diferente. Os conteúdos, em sua maioria, são vistos soltos, a contextualização é algo tentado por poucos educadores, que carecem de material didático e formação continuada para, de fato, aplicarem esta metodologia em sala. O Enem está a frente do ensino do Brasil e, por isso, é cansativo e difícil, conforme a avaliação da maioria.
Infelizmente, nossos educandos não estão todos preparados para enunciados tão longos, cujos conteúdos tenham ligação com a realidade, mesclem disciplinas, suscitem pensamento lógico, interpretação de texto e, claro, exija leitura atenta, concentração! Mas, não sei se o Enem precisa regredir, ou, os governantes oferecerem um ensino público que permita ao estudante fazer o exame se sentindo preparado, dotado de habilidades mínimas exigidas para um desempenho favorável…
Fato é que se atrasar para algo que você sabe bem o horário com meses de antecedência te exclui do grupo apto a lutar por melhorias no ensino do país, que, pelo visto, anda bem atrás do que seria ideal.