Emancipação emocional feminina

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Final – Tal fato pode provocar desajustamentos internos que prejudicarão outros relacionamentos externos futuros. A mágoa instalada no conflito pai-filha gera dois tipos de comportamentos básicos:

• a INFANTIL (a eterna menina) e suas facetas como a Bonequinha Queridinha, a Menina de Vidro, a Despreocupada e a Desajustada, todas desesperadas em função da dependência da figura maternal ou paternal.

(Odeio esta minha alma flexível e desgraçada, que suporta com paciência, torcida e trançada, nas mãos dos outrosKarin Boye).

• a GUERREIRA (a amazona de couraça) e suas facetas como a Superestrela, a Filha Conscienciosa, a Mártir, a Rainha Guerreira, todas desesperadas em função do desejo de controlar imitando ou assumindo papel maternal ou paternal.

(Consideradas inócuas, algumas mulheres são levadas ao ponto de frenesi. Tentam ficar feias macaqueando o jeito dos homens. E conseguem. Xingam, fumam charutos, queimam as cobertas com cinzas de cigarros. Bebem de um só trago, olhos injetados, sem qualquer vestígio de vaidade. Na esperança de uma glória: ela escreve como um homem! – Carolyn Kiser)

O pai é a primeira experiência do masculino que a mulher tem na vida, portanto, constitui-se num importante modelo para o seu lado masculino interior. Mas, quase sempre é necessária uma reflexão ou meditação profunda para redimir a imagem-pai e assim encontrar o verdadeiro espírito feminino que saiba lidar com outras imagens masculinas além do pai, como o amigo, irmão, namorado, marido e/ou filho.

Hoje, a única diferença é que não há obrigatoriedade da mulher moderna ser uma mulher feminina. A feminina aceita seu papel fundamental na formação de uma família – atendendo ao seu instinto sexual – o que a coloca como a matriz da espécie humana e a responsável por sua nutrição e cuidados. Já as outras, não!

Todos os desmandos humanos confirmados por fatos divulgados pelas mídias diversas nas últimas décadas têm como pivô o elemento feminino – a mãe despreparada que não soube criar os seus próprios filhos – e, principalmente, aquela que atendeu seus desejos narcisistas de não compor uma família completa (a famosa produção independente, sem marido).

Outro motivo muito comum nos dias de hoje é o de desmanchar – por capricho – a família à qual ajudou a constituir, mas que não cuidava de forma competente (quero me separar).

Por sua natureza dúbia pela proximidade biológica com a criança, a mulher sem o devido conhecimento de suas responsabilidades como pessoa adulta e com a total liberdade de fazer o que quer, acaba se desviando de seu papel mais importante como humana – a de mãe suficientemente boa.

Como fazer uma adolescente saber da sua responsabilidade? Por imposição, como nos tempos anteriores ou tentar convencer com sugestão. E nesse caso, se ela não se convencer ou mesmo se não quiser nem considerar?

O que fazer? – perguntam os pais ou a mãe solteira (que por si só já deu um exemplo do que não é socialmente correto para o conceito de família).

A grande verdade é que hoje existem miríades de tipos femininos; tão variados que se tornou difícil – quase impossível – para um homem masculino e não machista, achar sua alma gêmea. Como achar uma agulha no palheiro?

Enquanto não encontra uma mulher verdadeiramente femininanesse mundo de mulheres femininamente não assumidas – a solução é procurar ser feliz vivendo sozinho.

*Carlos Magno Perin é PhD em Terapia Cognitiva Comportamental e Inteligência Emocional.