Eleva compra as 51 escolas do grupo Cogna, como Colégio pH, Pitágoras e Centro Educacional Leonardo Da Vinci

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Cogna, por sua vez, vai assumir sistema de ensino do grupo carioca, que tem entre os sócios Jorge Paulo Lemann. Negócio ainda precisa de aval do Cade

Sala de aula do Colégio pH, do grupo Cogna, que deve ser comprado pela Eleva Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo (22/09/2020)
Sala de aula do Colégio pH, do grupo Cogna, que deve ser comprado pela Eleva Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo (22/09/2020)

Pelo acordo, a Eleva vai pagar R$ 964 milhões para ficar com 51 escolas hoje operadas pela Cogna. Por outro lado, a Cogna, por meio de sua controlada Vasta, vai comprar por R$ 580 milhões o sistema de ensino da Eleva. As transações ainda precisam passar pela aprovação do Cade, órgão antitruste brasileiro.

Dentre as escolas que a Eleva comprará, estão Colégio pH, Centro Educacional Leonardo da Vinci, Colégio Lato Sensu, Sigma, Anglo 21, Anglo Alphaville, CEI (Natal), Colégio Integrado, Escola Santi, Colégio Visão, Colégios Embraer, Colégio Pitágoras, Centro Integrado de Ensino (CIE), Colégio Maxi, NeoDNA, Escola Chave do Saber, Motivo, Colégio do Salvador. A escola de idiomas Red Balloon não fará parte da transação com o Eleva Educação.

Se o negócio for aprovado, a Cogna consolidaria posição de principal fornecedora de sistemas educacionais do país. Hoje, a companhia já controla os sistemas Anglo, pH, Par, Pitágoras, Ético, Maxi e Rede Cristã.

O acordo prevê que a marca Plataforma de Ensino Eleva seja licenciada para a controlada da Cogna até 2023. Já as escolas da Eleva passam a adotar os sistemas de ensino da Vasta por dez anos, com exceção dos colégios de elite da plataforma, como Escola Eleva, Os Batutinhas e Gurilândia.

A transação prevê que o valor a ser pago pela Eleva “estará sujeito a ajustes de acordo a receita a ser apurada pelas Escolas Saber [unidade de ensino básico que agrupa colégios da Cogna] em 2021 e 2022”, segundo comunicado emitido pela Cogna ao mercado.

Do valor a ser pago, R$ 625 milhões serão amortizados em parcelas por cinco anos com reajuste pelo CDI. O restante será utilizado pela Saber, empresa da Cogna, para a integralização de debêntures conversíveis a serem emitidas pela Eleva quando a compra for aprovada.

Os papéis devem ser quitados em até trinta meses após o fechamento da transação. Caso a Eleva faça um IPO (oferta pública de ações), as debêntures serão convertidas em ações, mas a Cogna e suas subsidiárias não poderão ser controladoras da Eleva e terão restrições de voto em deliberações sociais e para aumento de sua participação societária no capital social da companhia.

Já os R$ 580 milhões que a Cogna vai pagar à Eleva pelo sistema de ensino serão parcelados em cinco anos, também com atualização pelo CDI. Ivan Martinez-Vargas / O Globo