Doença de Pompe: dificuldade no diagnóstico decorre da semelhança de sintomas presentes em outras doenças neuromusculares

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Patologia genética rara que acomete o tecido muscular, a Doença de Pompe compromete principalmente os músculos esqueléticos, levando o indivíduo a apresentar fraqueza muscular. Pode acometer também coração, fígado e músculo liso, e com frequência é acompanhada por di­ficuldade respiratória. O Brasil foi o primeiro país no mundo a estabelecer  um dia específico para marcar a divulgação dessa enfermidade – 28 de junho.
“São mais de 8 mil diferentes doenças raras. Não é possível diagnosticar corretamente se não conhecermos a doença e se os pacientes não chegarem a especialistas com formação adequada. Por isso, uma data com o objetivo de informar a população sobre a doença e capacitar os profissionais de saúde a reconhecer seus principais sinais clínicos é extremamente importante”, afirma dr. Elmano Carvalho, neurologista, coordenador do Departamento Científico de Moléstias Neuromusculares da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
O País conta com mais de 100 pacientes identificados com a doença em 18 Estados. Mas, baseado em estudos internacionais sobre a sua ocorrência, é provável que esse número seja muito maior.
Muitos pacientes na fase adulta tiveram sinais e sintomas da enfermidade iniciados na adolescência ou até mesmo na infância. Da primeira visita ao médico até o diagnóstico ­ final, o paciente passa por uma longa jornada, que pode incluir até sete diferentes tipos de pro­fissionais ou especialidades médicas, como neurologista, neurologista neuromuscular, pneumologista, cardiologista, reumatologista, geneticista ou ortopedista.
Os pro­fissionais médicos geralmente dão apenas uma alternativa de diagnóstico geral para os sintomas, como cansaço ou excesso de peso. O tempo médio de diagnóstico no Brasil é de 14 anos, mas existem casos que levaram até 20. “Essa demora faz com que muitos indivíduos iniciem o tratamento tardiamente, quando os sintomas já interferem na vida diária”, esclarece o dr. Elmano.
Entre os sintomas mais comuns, estão a dificuldade para subir escadas e caminhar, aumento de quedas, di­ficuldade respiratória que pode piorar ao deitar-se, fraqueza muscular, fadiga, escoliose, cãibras, di­ficuldades para levantar-se da posição sentada ou deitada e dor muscular crônica.
Nos últimos anos, houve grande avanço no conhecimento ­ fisiopatológico e genético da doença, o que levou ao desenvolvimento de novas técnicas de diagnósticos bioquímico s e moleculares, bem como melhorias no tratamento especí­fico.
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