Médica reforça cuidados simples que podem fazer a diferença para evitar acidentes na terceira idade
As quedas estão entre as principais causas de hospitalização e perda de autonomia entre idosos no Brasil. Em ambientes hospitalares, estão entre os eventos adversos mais comuns[1]. Alguns estudos mostram que este incidente ocorre a uma taxa de 3 a 5 eventos por 1.000 pacientes/dia, e mais de um terço delas causam lesões[2]. As consequências vão além dos danos físicos, afetando a autonomia, a mobilidade e a autoestima dos pacientes, especialmente entre os mais velhos.[3]
No Brasil, de acordo com dados publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a adesão aos protocolos de prevenção de queda nos hospitais brasileiros é de 34,3%, sendo a subnotificação uma realidade constante[4].
Para reforçar a importância da prevenção e promover um ambiente mais seguro, o Dia Mundial de Prevenção de Quedas, celebrado em 24 de junho, é um convite para adotar medidas simples no dia a dia que podem ser fundamentais para a longevidade. Para isso, veja as recomendações da Dra. Fernanda Pimentel, Diretora Médica da Baxter na América Latina.
1. Adapte o ambiente
“Evitar tapetes soltos, fios pelo caminho e móveis mal posicionados já reduz muito o risco de quedas. Instalar barras de apoio em corredores e banheiros e manter o ambiente bem iluminado, especialmente à noite, são cuidados indispensáveis”, recomenda a médica.
2. Incentive a prática de atividades físicas
De acordo com a profissional, exercícios como caminhadas, alongamento, yoga ou musculação ajudam a melhorar o equilíbrio, a flexibilidade e a força muscular, o que pode aumentar a autonomia e consequentemente, prevenir quedas.
3. Revise medicamentos regularmente
“Alguns remédios podem causar tontura ou sonolência, principalmente em idosos. Por isso, é importante manter consultas periódicas e revisar a medicação, ajustando doses e combinações sempre que necessário”, explica Dra. Fernanda.
4. Faça check-ups de visão e audição
A médica reforça que alterações na visão e na audição são fatores de risco importantes para quedas, pois comprometem a percepção do ambiente. “Manter os exames em dia é fundamental para garantir a segurança e diminuir riscos”, orienta.
5. Recursos tecnológicos como aliados
É importante reforçar que o risco de queda não é restrito ao ambiente domiciliar. Nos hospitais, em geral, programas de prevenção tem maior probabilidade de ser implementado e sustentado com sucesso quando as iniciativas são compatíveis com as prioridades da organização e o que é melhor para cada paciente. O foco principal é reduzir dano por queda e mitigar as chances deste incidente ocorrer durante a hospitalização[5].
Neste caso, as tecnologias podem ser aliadas. Muitos hospitais já contam com camas modernas, com recursos de segurança e alarmes integrados que podem fazer a diferença para a prevenção de quedas em pacientes idosos em recuperação ou internados. “Esses equipamentos ajudam a reduzir os riscos e proporcionam mais tranquilidade tanto para os idosos quanto para os cuidadores”, completa a médica.
Referências:
1 LeLaurin JH, Shorr RI. Preventing falls in hospitalized patients: state of the science. Clin Geriatr Med. 2019;35:273– 83. doi: 10.1016/j.cger.2019.01.007.
2 PSNet. Falls. In: Patient safety 101 [website]. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality; 2019 (LINK, acesso em 2 de maio de 2024).
3 BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Prevenção de Quedas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: LINK. Acesso em: 17 jun. 2025.
4 ANVISA. Segurança do paciente. Disponível em: LINK. Acesso em 23/09/2024.
5 Ganz DA, Huang C, Saliba D, et al. Preventing falls in hospitals: a toolkit for improving quality of care. (Prepared by RAND Corporation, Boston University School of Public Health, and ECRI Institute under Contract No. HHSA290201000017I TO #1.) Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality; January 2013. AHRQ Publication No. 13-0015-EF.