Apesar do estranhamento inicial, o coletor menstrual ganha cada vez mais adeptas no Brasil. Como uma alternativa aos absorventes comuns, é possível comparar a adaptação ao novo conceito com o advento dos modelos internos, lançados na década de 1970. Também conhecido como ‘copinho’, é feito de silicone grau médico, e está disponível em dois tamanhos, de acordo com a faixa etária e via de parto da mulher. Seu custo médio é de R$ 70.
“O investimento inicial pode parecer alto, mas amortiza no decorrer do tempo. Como ele é durável e não irrita a pele, se bem cuidado, pode durar mais do que 3 anos, período previsto para sua validade. Não precisa descartar enquanto se mantiver liso, homogêneo, sem rachadura ou rugosidade”, explica a dra. Patrícia de Rossi, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Para esvaziar, o tempo é o mesmo considerado para a troca de absorvente – de 4 a 6 horas. O intervalo máximo de uso é de 12h, especialmente no período de sono. Nas primeiras vezes, vale utilizar um absorvente diário concomitante por garantia, evitando algum vazamento.
Cuidados e uso
A ginecologista explica que a higiene feita com água e sabonete é suficiente para manter o coletor limpo. Ela recomenda não utilizar lenços umedecidos, que podem reagir ao silicone, nem mesmo álcool; ainda, sempre lavar as mãos antes de manusear.
Algumas pessoas optam por ferver por cinco minutos, mas a especialista garante que é dispensável, com a fervura indicada somente para guardá-lo, após a menstruação. É importante mantê-lo arejado, em sua embalagem própria para armazenamento, a fim de garantir sua vida útil.
“Com esses cuidados, além de evitar o contato com a região do ânus, não há perigo de contaminação por vírus e bactérias. A flora vaginal já modifica durante o período menstrual, no entanto, não há estudo detalhado que diga que muda os lactobacilos com o coletor. O bom uso faz dele um objeto seguro e sem riscos”, afirma dra. Patrícia.
Além de servir para todos os dias da menstruação, pode ser utilizado, inclusive, por mulheres que usem DIU e até aquelas que praticam esportes. As restrições são mínimas: o ideal é que meninas virgens não usem para evitar o rompimento do hímen assim como não utilizar durante relação sexual.
Para sua utilização, o coletor deve ser dobrado antes de inserido no canal vaginal, o que o deixa ninho. Como é flexível, ele se desdobra lá dentro, moldando-se à parede da vagina.
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