Você viu guarda de trânsito em algum lugar em Teixeira? “Eu não, eu não…”, como diz o refrão da música. Ninguém vê, a não ser quando param um Fiorino perto de algum sinal e ficam ali imponentes.
Algumas vezes, há um no fundo da Rodoviária Velha voltado para o fluxo de automóveis, não de veículos como bicicletas, motos e carroças. Carroças são veículos com tração-animal, que também devem seguir regras. E bicicletas, menos que motos e automóveis, todavia, com responsabilidade maior que a de carroças, salvo engano.
Bicicletas trafegam aqui na contramão a torto e a direito. Um cidadão daqui, pessoa conhecida, foi atropelado por uma bicicleta exatamente no fundo dessa Rodoviária, e o atropelador fez chacota – “Além de velho, é broco”. Esses bicicleteiros, não ciclistas, dizem que seu veículo não precisa obedecer aos sinais de trânsito; se a bicicleta não precisa, ou “não sabe”, ele precisa, e sabe. Ou deve saber…
Motoqueiros aqui fazem miséria, cortando por todos os lados, dando sinal para um lado e entrando para outro, quando não param bruscamente porque alguém pediu – mesmo os chamados motoboys.
O artigo de hoje, mais uma vez, quer levantar a ideia de o trânsito ser ruim por causa da impunidade, da falta de orientação, e, além disso, por não seguir as regras do Código Nacional de Trânsito, inclusive bicicletas, que desobedecem e abusam.
Um pouco adiante da Red Lanches, uma lanchonete (no sentido av. Marechal Castelo Branco), na esquina, há uma rampa de acessibilidade. Qual é a utilidade de um local desse tipo? O nome já diz, acessibilidade – para dar acesso a um deficiente, que seja cadeirante ou não, que seja um cão-guia com seu “companheiro”. Pois é, ali quase sempre, há um carrão de luxo parado, bem em frente à rampa – de modo que para o transeunte passar, como se fosse aos Correios, terá que se voltar à direita, ou à esquerda, para seguir viagem. Nunca aparece o guarda, e o carro de luxo fica ali parado, o tempo que o dono, malinstruído, desejar. É crime.
Façamos a hipótese – pare ali um carroceiro com a sua carroça, e vá ele ao Mercado Municipal fazer comprar, só voltará uma hora ou duas depois. O burro está lá com sua carroça desengonçada parado. Vão matar o burro, ou a mãe do carroceiro – o burro, que não tem culpa, de pancada; a mãe do carroceiro, que não tem culpa, de palavrões. Mas quando o carrão está ali, alguém passa e ainda o admira; se o dono chega nessa hora, ele espera o cara sair, e ainda sorri para ele. É uma inversão de valores.
Façamos outra hipótese – cinco cidadãos de terno e gravata atravessam a rua mesmo fora da faixa de pedestres; os carros param, e admiram; ou melhor, os donos param seus carros, e admiram os intrusos; mas cinco cidadãos, que podem ser os mesmos, malvestidos ou maltrapilhos, ou anônimos desconhecidos, atravessam a rua fora da faixa de pedestres, e vêm passando automóveis… E daí? Os caras xingam até a alma dos pobres coitados, que queriam fazer um teste de comportamento no trânsito. Se não forem atropelados.
E há uma sequência de irregularidades. Mas falta fiscalização, e muita orientação. Quantos guardas de trânsito esta Prefeitura tem? Devem ser muitos, e como atuam? Quem confiam neles? Nada se sabe a esse respeito.
O certo é que o trânsito, em todo o País, vai mal. Mata muito. E há impunidade. Não vai ser fácil consertar, ou remediar o que está ruim. Dizem alguns que “a educação”, a única da sala de aula, vai resolver; não vai. O que resolve será a multa pesada. Aquele condutor que matou a advogada em SP deve ter melhorado seu comportamento – pagou fiança de cerca de R$ 400.000,00, teve o carrão apreendido, e ainda responde a um processo criminal. O que dói primeiro é “o bolso” – prestação de serviço não pune, salvo pequenos casos.
Você já viu prefeito andar na garupa de moto? Pois é, isso quer dizer o seguinte – quem mantém o motoqueiro vivo (ganhando seu dinheirinho) é a pessoa comum, e é para ela que o motoqueiro buzina acintosamente. Ele buzina justamente para aquele que lhe dá o trabalho, mas para quando “o prefeito passa”. Pare para todos.
Você já viu o filho do deputado ser atropelado por um veículo? Não, ele não anda a pé. Aliás, o deputado do PR atropelou e matou uma pessoa, mas foi punido – tem um baita processo e não se reelegeu. Assim é bom. Pagou multas pesadas.
A punição de trânsito que mexe no bolso pesa mais. Bicicletas na contramão aqui em Teixeira é um caso sério – quem está falando já foi atropelado – em frente ao Faé, no fundo da Rodoviária Velha, em frente ao Pão-Bom, todas as vezes por bicicletas na contramão. E o pior – o dono desse veículo acha que o errado é a vítima. Se houvesse o guarda de trânsito para dizer o seguinte: no máximo a bicicleta na contramão pode ser empurrada. Nada mais.
O trânsito é um caso a pensar.