Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a indústria da beleza cresce entre 10% e 15% ao ano, no Brasil. As manicures representam uma fatia significativa neste avanço contínuo e, pelo manuseio de instrumentos cortantes e pontiagudos, embelezar as unhas exige cuidado e atenção, especialmente no que tange à limpeza e esterilização dos materiais.
Retirar a cutícula em excesso pode machucar a pele que cerca a unha. Uma vez ferida, a profissional deve rapidamente limpar bem a área com água e sabonete, podendo passar antisséptico. Um médico deve ser procurado caso a região fique vermelha, quente, inflamada e dolorida por mais de três dias.
A hidratação das mãos pode ajudar a prevenir as peles excessivas, chamadas popularmente de “bifes”. Cremes que contenham em sua composição ureia e ácido lático diminuem a presença de pele mais dura, sobretudo nos cantos das unhas – aquelas que as manicures têm o hábito de tirar. Com a pele mais macia, o risco de cortes com alicate é menor.
A infectologista Anna Sara Levin, coordenadora do Comitê de Antimicrobianos da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que o contato com sangue contaminado, presente nos utensílios utilizados, pode transmitir doenças, especialmente as virais. “A mais transmissível é a Hepatite B, seguida da Hepatite C e do HIV. Apesar de não ser um quadro de contaminação corriqueiro, é fundamental permanecer atento”.
Tudo bem limpinho
É primordial que o kit usado pela manicure seja descartável, com lixas e palitos desprezados após a utilização individual por cliente – tal atitude serve para evitar a contaminação por vírus, por exemplo. Além disso, alicates de cutícula e espátulas devem ser limpos e esterilizados após o uso, mantidos devidamente armazenados.
“O profissional deve limpar bem o instrumento metálico, a fim de retirar todo e qualquer resquício de sangue que possa conter nele. Somente após esse processo, o material deve ser encaminhado para esterilização, na qual será exposto a altas temperaturas”, informa Levin. Caso não confie na forma de manuseio dos materiais, levar seu próprio kit é uma alternativa. “Assim, você mesmo garante a limpeza e sabe que ninguém irá utilizá-lo”, finaliza.
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