O crime brutal cometido contra o radialista Ivan Rocha, no dia 22 de abril de 1991, está completando 33 anos em 2024. O mais impressionante é que o homicídio, já prescrito, não teve um desfecho digno: o corpo da vítima não foi localizado e os autores e/ou mandantes ficaram impunes.
Na época, três supostos autores foram denunciados, indiciados, julgados e dois deles – um policial e um jornalista – receberam condenação na primeira instância. Mas, por falta de provas e inconsistência dos depoimentos, o Tribunal de Justiça anulou o julgamento e a justiça não foi feita.
O certo é que o crime bárbaro contra o radialista ganhou repercussão estadual, nacional e até internacional. E passados 33 anos, muitos teixeirenses ainda se lembram do jovem Ivan Rocha, que de repente sumiu do mapa, deixando um vazio repleto de saudades, dores e injustiças.
Almir Zarfeg recupera parte da história de Valdeci de Jesus (nome de batismo de Ivan Rocha) na obra “Homem-gato, homem-feito”, que está saindo pela Editora UICLAP e deve se tornar um marco na passagem do 33º aniversário do caso policial que foi parar nos anais do jornalismo como mais um atentado contra a liberdade de imprensa e uma violação dos direitos humanos na Bahia.
Misturando jornalismo com ficção, o livro narra as aventuras de uma dupla bastante improvável que, uma noite, decide empreender uma busca ao tesouro. (Tesouro aqui é um eufemismo para os restos mortais do saudoso profissional de imprensa.) A procura começa na Rua da Pituba, point da boemia teixeirense, e se estende ao Rio Itanhém, que fornece água potável para a cidade.
A dupla de personagens – um jornalista e um gato com poderes especiais – protagoniza uma bela aventura com senso de humor, divertindo os leitores e, ao mesmo tempo, compartilhando lições preciosas sobre Teixeira de Freitas.
“Trinta e três anos após o assassinato brutal e a constatação de inúmeras coincidências reveladoras, resolvi eternizar o caso Ivan Rocha misturando jornalismo com fantasia”, disse Zarfeg, que é jornalista, autor premiado e presidente de honra da Academia Teixeirense de Letras (ATL).
A capa do livro foi elaborada pela designer mineira Gisele Starling e a narrativa só pôde ser reconstituída e contada, graças ao banco de documentos do Google e aos depoimentos de dezenas de pessoas que conviveram com Ivan Rocha, como Cristhiane Ferreguett e Arolda Figuerêdo, ou que ajudaram na elucidação de passagens da história teixeirense, como Castro Rosas e Esteves do IBGE. (Ferreguett, inclusive, contribui com uma crônica bem divertida.)
“Preciso fazer um agradecimento mais que especial aos confrades e mecenas Marcus Aurelius, Athylla Borborema e Elias Botelho, nessa ordem, que contribuíram para a viabilidade dessa publicação”, concluiu Zarfeg.
A obra “Homem-gato, homem-feito” será apresentada na sessão final de 2024 da ATL, marcada para a noite de 30 de novembro, no auditório do Campus X da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Autor e obra serão homenageados com uma Moção de Aplauso.
Para conhecer mais detalhes sobre a obra ou mesmo como adquiri-la, clique aqui. Fonte: Redação