Por Uemerson Florencio*
“A felicidade dela incomoda.” (Relato feito à polícia) Adolescente alega que matou outra por conta da alegria e felicidade dela – ou seja, por conta dos valores humanísticos que lhes eram próprios. Matou por inveja, intolerância e despeito. Olhem bem até onde estão chegando as inquietações e atitudes de estudantes, por conta simplesmente do jeito de ser da adolescente. Foi matéria em diversos jornais no país, trouxe muita comoção, discussão e protestos. Vigiemos para que outros crimes não se repitam pelo Brasil!
Algumas escolas com a necessidade do preenchimento das suas vagas, não tem realizado avaliações prévias, em geral de alunos que são transferidos ou alunos que chegam para cumprir o ano letivo. Daí, querem muito mais o dinheiro da matrícula e suas mensalidades do que fazer o reconhecimento da realidade dos alunos ingressos. É possível ter uma relação mais humanizada e colaborativa, mais participativa onde todos os envolvidos possam de fato fazer total diferença na vida uns dos outros.
A agressão entre estudantes ainda é uma grande realidade nos países emergentes, e, no Brasil, não seria diferente, dada a pressão capitalista, competitividade, posição no mercado, entre outros. São ambiente sociais que requerem atenção em diversas frentes. Dessa forma, sabemos que estas realidades múltiplas geram muitas inquietações, as quais requerem muita atenção a qualquer sinal de agressão no ambiente interno, externo e nas redes sociais. Entre elas podemos aqui destacar:
– Agressões sociais: Ignorar, isolar e excluir colegas na sala de aula. Um momento sutil e quase imperceptível aos olhos dos professores na sala de aula.
– Agressões sexuais: Assediar, induzir e/ou abusar. Não só nos intervalos, mas também na sala de aula, nos trechos desprovidos de câmera de segurança.
– Agressões materiais: Furtar, roubar e destruir pertences de outrem. No sentido de ter mera diversão com a dor do outro. Há alunos dotados de tamanha frieza e malvadeza que parecem não ter misericórdia dos seus semelhantes, pois se divertem a ponto de ver as lagrimas caírem dos olhos do outro e continuar com largas gargalhadas.
Qual é o perfil dos autores desta agressão? São pessoas com níveis de frieza, imparcialidade, pouca capacidade de manifestar afeto, solidariedade e espírito fraterno entre pessoas em geral.
Quais são em geral, as motivações para o bullying? Diferenças entre os alunos, Disputa pelo poder, Opressão por aparência, tipo físico ou diferenças socioculturais, ou ainda, ao Tirar uma nota mais alta.
– Diferenças entre os alunos – Elas podem ser sociais, financeiras ou religiosas. A partir das diferenças sociais podemos observar suas motivações em função da localidade geográfica – ou seja, o bairro no qual o estudante mora. Na motivação financeira, por si só, já se explica: Que é exatamente em função da capacidade de aquisição de bens e serviços. Já no aspecto religioso vemos a manifestação da intolerância, o desrespeito e a discriminação, pois entrar na disputa de qual é a melhor, quando na realidade, cada um tem a sua por direito.
– Disputa pelo poder – São traduzidas pelos esforços em querer manifestar uma liderança impositiva, ou seja, pela imposição da própria vontade sobre os outros.
– Opressão por aparência e tipo físico – Os agressores se utilizam de pontos que eles julgam vulneráveis nas suas vítimas entre eles se destacam uma forma de caminhar, de falar, gesticular, comer, beber, respirar, entre outros. Quanto ao tipo físico exploram volume de massa corporal – o clássico, o gordo e o magro. Se estas pessoas tiverem sérios conflitos anteriores e no ambiente escolar estas infelizes situações acontecerem, poderão entrar em sérios problemas que podem ir do distúrbio de estresse e ansiedade, passando pela depressão, podendo atingir o suicídio. Requer muita atenção para a mesma possibilidade de cadeia de transtornos na agressão sexual.
– Tirar uma nota mais alta – Se a sala forma um ambiente cujas notas sejam em geral medianas, aquele ou aquela que se destaca sofre sérias privações, ataques, por vezes, até prejuízos para sofrerem danos materiais.
Aqui, não venho expressar a voz da verdade absoluta, mas contribuir para a reflexão sobre os desafios que muitas escolas vêm atravessando, porque não dizer que as famílias devem atenção redobrada aos seus filhos. É muito necessário que sejam abertos os olhos hoje, para que o tarde demais não lhe surpreenda a sua escola ou seu lar hoje mesmo! Reflita e se posicione!
* Uemerson Florêncio – Escritor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Graduando em psicopedagogia pela Universidade Estácio de Sá.