Por Uemerson Florencio*
A zona de conforto é a acomodação ou estagnação na vida. É o local das rotinas conhecidas entre alegrias e tristezas. Mesmo sob tortura, rejeição, indiferença e humilhações, não mudam, exatamente por conhecer os seus algozes ou torturadores. Por acreditar que apesar daquele local e pessoa, há situações piores, não buscam outras opções em função do medo de encarar outras realidades.
Vale destacar que cada ser humano tem uma história pessoal e familiar que podem contribuir significativamente para a manutenção deste cenário, no entanto, há uma ocorrência que trava a vida de muitas delas – são as memórias traumáticas. Reflita:
– Você por exemplo, é feliz com todas as circunstâncias acumuladas ao longo da sua vida até hoje?
– Com relação as suas escolhas amorosas, sempre viveu os relacionamentos dos seus sonhos?
– Na sua época escolar, como você encarava as suas notas? Como os seus professores falavam com você sobre as suas notas? E era a sua reação em função das falas deles?
– Você tem o reconhecimento que sempre desejou na empresa que trabalha?
– Quanto ao ambiente familiar, todos sempre lhe acolheram e a sua voz sempre foi ouvida?
Para realmente sair do lugar na vida, o ser humano precisa primeiramente identificar e reconhecer a existência das travas mentais para só a partir daí, concentrar esforços no sentido de poder se libertar das prisões mentais, traumas e crenças limitantes. Por este motivo é necessário reconhecer que toda e qualquer limitação pode ser superada sem fazer comparação com terceiros, afinal, cada pessoa tem a sua própria história.
Quando os seres humanos não têm valores consolidados, acumulam diversos fracassos, mesmo porque, os valores são os pilares que sustentam a vida. Eles dão forças, mas também podem gerar blindagem mental na defesa da dignidade humana diante dos enfrentamentos diversos. No entanto, poucas pessoas os têm de forma consistente e consolidada, a exemplo de: Coragem, confiança, respeito, humildade, garra, companheirismo, autoquestionamento, auto responsabilidade, visão sistêmica, comprometimento, determinação e auto amor.
– Quais são os valores que você consegue identificar em si mesmo? Faça uma lista e busque analisar quais deles formam a sua real identidade.
– Você consegue imprimir os seus valores em tudo o que você faz, não se importando com quem e onde você esteja?
– Como verdadeiramente eles te ajudam a superar os seus desafios ou realizar os seus objetivos e sonhos?
– Quais são os outros valores humanos que você precisa desenvolver no sentido de alcançar uma vida mais digna ou a vida dos sonhos?
Um outro ponto que compromete a capacidade de superar a estagnação – a precariedade na visão de futuro e na expectativa de vida – Não saber para onde ir ou que direção tomar na vida, gera incontáveis comprometimentos para o seu próprio progresso. Toda visão pode ser alterada, assim como, a sua própria realidade. Você consegue enxergar o quanto já cresceu na sua vida ou costuma ignorar as suas pequenas conquistas?
Afinal, ter vista é apenas enxergar com os olhos físicos, mas ter visão é ir além deles, é poder raciocinar, discernir, interpretar, compreender os diversos cenários no sentido de traçar um plano claro e consistente no sentido de alcançar o propósito desejado. Quantas pessoas vivem sem qualquer plano para os próximos anos? Poderíamos chama-las de pessoas sem expectativas? Sim. No entanto, é muito importante ter o que se buscar e/ou enfrentar na vida, uma causa, um projeto, enfim, uma realização!
– Você tem visão do seu tempo presente?
– O que você espera de si mesmo hoje?
– Você tem uma visão clara e consistente do seu futuro?
– Quais são os resultados esperados daqui a 5 anos? Só não se esqueça de planejar com base na sua realidade e capacidade. Não conte com a sorte, ela não existe!
As crenças limitantes aliada as diversas memórias traumáticas são dois aspectos mentais complexos que geram estagnação ou acomodação na vida humana. As crenças limitantes são pensamentos que te reduzem ou limitam e que são fortalecidos pelo pessimismo, autossabotagem, procrastinação, miopia para enxergar o mundo no qual se encontra. Já as memórias traumáticas são as experiências negativas vividas ou testemunhadas, as quais formam as dores silenciosas e fazem grandes barulhos na mente humana.
– Vejamos quantas pessoas querem fazer algo, mais não consegue reunir forças para transpor os limites do que se deseja?
– Quanto você tem algo para realizar, costuma ter pensamentos sabotadores?
– Tem algo para fazer e você procrastina ou deixa para depois?
– O que mais lhe dói quando se trata de mudar algo em você ou no seu ambiente?
– Quais são as memórias mais dolorosas em sua vida sobre mudanças?
– Você acredita que elas ainda causam impactos negativos em sua vida?
A cada dia tem alguém desistindo de um sonho, um plano de trabalho ou um projeto de vida, cuidado para não desistir da sua própria vida. Afinal, os medos geram efeitos diversos, tais como, ansiedade, tensão, estresse e outros sintomas físicos. Você consegue descrever estes momentos em sua vida? Como você se enxerga hoje?
Dessa forma, lhe convido a reler todo o conteúdo, no sentido de trabalhar dentro de você mesmo! Respire, olhe-se no espelho, ponha amor nas minhas palavras e em você, afinal, a vida vale a pena ser vivida. E você ainda não se tornou a pessoa que veio para ser. Respire, se abrace, se acolha e avance para onde e para quem você julgar merecer em sua vida. Só não desista de você!
* Uemerson Florêncio – Escritor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.
