Por Carlos Mensitieri
Já falamos sobre todo o tipo de descaso na área da saúde no Brasil, mas falamos muito pouco, pois a situação além de ser crítica, ainda é abafada pelas mídias. O caos é enorme em todos os setores que estão ligados à saúde no nosso país e alguns pontos devem ser passados para a população, para que se possa ter consciência da situação atual.
De início, podemos citar a disparada de infecções por Aids entre a população jovem brasileira. Hoje em dia quase não se vê propaganda preventiva sobre o risco de se contrair o vírus do HIV. Nas décadas de 80, 90 e no início dos anos 2000, a informação sobre a doença estava em todos os meios de comunicação e os resultados foram significativos na prevenção dessa enfermidade.
De alguns anos para cá, porém, pouco se vê referente ao combate da Aids pelo governo e pouca informação está sendo veiculada nos meios de comunicação. Os jovens encaram a Aids como uma doença controlável através dos coquetéis e por isso já não se previnem mais. A taxa de infecção de jovens pelo HIV cresceu bastante nos últimos anos. No sentido de frear esse crescimento, as entidades engajadas nas lutas pelo controle dessa infecção, devem pressionar o governo para que volte a fazer campanhas educativas e elucidativas a respeito dessa doença.
Outra questão que deve ser analisada com relação à saúde no Brasil é a péssima gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual não consegue atender parte da população, normalmente a mais carente, quando deveria atender a todos indistintamente. Enquanto no Brasil o gasto público com a saúde fica em torno de 5% do PIB, a média mundial passa dos 6%, chegando em alguns países a 9%.
Grande parte da população brasileira recorre aos planos de saúde por não ter uma assistência pública de saúde de qualidade no Brasil. No artigo “A Saúde Brasileira Tem Cura?”, publicado pela revista da USP, Paulo Feldman, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), opina que existe desperdício dos recursos por uma organização deficiente. Dessa forma, a gerência das instituições de saúde pública deveria acontecer como se dá nas empresas eficientes, com o melhor aproveitamento dos recursos e a sua distribuição.
Ou seja, com uma melhor gestão, não veríamos tantas tragédias na área da saúde pública no Brasil, com tantas mortes causadas por diversos fatores como negligências de profissionais, ineficiência de aparelhagem e falta de medicamentos apropriados.