O progresso nos traz benefícios e malefícios. O progresso é de certa forma, indispensável à nossa existência. A humanidade sofre com as guerras, opressões, fome, assassinatos, doenças incuráveis, em consequência desse desenvolvimento tecnológico. Há uma busca desenfreada pela tecnologia radioativa e, algumas vezes, o mundo assiste a enormes desastres ambientais com destruição da natureza e com a morte de milhares de pessoas. Vivemos uma nova guerra fria onde a Coréia do Norte afronta a todos os países com as suas armas nucleares. Tecnologia e mais tecnologia, progresso e mais progresso. E quem lucra com isso?
A cada dia a população mundial sofre com as crises políticas, financeiras e sociais. E falando desta área, a política social é mais um problema em meio aos que já existem no terceiro mundo, onde os estudiosos do comportamento humano, bem como, das ciências sociais, não conseguem encontrar solução plausível, sequer razoável. Evidentemente, um dos maiores problemas de cunho social é a situação do prisioneiro que, ao ser posto em liberdade, não acha apoio entre seus semelhantes e enfrenta o preconceito e a resistência à ressocialização. Que deve fazer? Ficar com fome? Voltar ao crime? …
Por mais que o homem progrida no campo tecnológico, da robótica, da mecatrônica e da radioatividade, contudo, ele tem assistido atônito ao desmonte das nações, aos novos muros para conter os refugiados, aos genocídios e estupros em massa. O avanço da tecnologia foi tão grande por um lado e, por outro lado a inter-relação social se tornou tão pequena. A quem interessam essas mazelas?
A internet, o Facebook e o WhatsApp – maravilhas do admirável mundo novo – conectaram as pessoas, estreitaram as relações interpessoais, tornando tudo mais rápido, instantâneo e globalizado. O progresso tecnológico aumentou em todos os setores da vida, com a tecnologia substituindo homens por máquinas e, consequentemente, causando desempregos e deixando famílias famintas e desabrigadas.
Parece-me que certos progressos, infelizmente, provocam efeitos regressivos no comportamento dos homens; abalando assim, a já tão frágil paz mundial. Isso tudo, além de me espantar, faz-me refletir que, talvez, tenha chegado o momento de pararmos para pensar em todas essas conquistas… que, se de um lado, são positivas, do outro, trouxeram muitos efeitos colaterais… Portanto, é chegado o momento do homem encontrar o equilíbrio em meio à revolução tecnológica, conciliando-a com o humanismo que acabou ficando para trás nesses dias. Como diria Charlie Chaplin em “O Grande Ditador”: “não sois máquinas! Homens é o que sois!”.
Carlos Mensitieri