Conheça os efeitos da síndrome de abstinência neonatal

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A síndrome de abstinência neonatal (SAN) engloba um grupo de problemas de saúde que um bebê pode apresentar quando a mãe utiliza drogas e álcool durante a gestação. Praticamente, tudo o que ela ingere passa para a criança por meio da placenta; nesse caso, os entorpecentes podem gerar dependência no feto. Os sintomas mais comuns são irritabilidade extrema, hipersensibilidade, tremores e alteração do padrão do sono. Eles surgem geralmente entre o primeiro e o terceiro dia de vida, quando se inicia a SAN.
Em relação à ingestão de bebidas alcoólicas, quando acontece até a oitava semana de gravidez, período em que a maioria das mulheres não sabe que estão grávidas, o feto pode desenvolver alterações faciais e más-formações em outros órgãos, como coração e rins. Contudo, o principal órgão atingido é o sistema nervoso central.
“O dano cerebral é generalizado e podem surgir anormalidades funcionais à medida que a criança cresce. Os problemas mais frequentes são dificuldade na linguagem e, principalmente, no aprendizado de Matemática; o quociente intelectual é baixo, em torno de 70, além do déficit de atenção e hiperatividade, que pode estar presente em 50 a 90% dos casos”, explica a dra. Conceição Segre, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre os Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Prejuízos à saúde
A cocaína, por exemplo, tem potencial de ocasionar restrição do crescimento fetal, interferindo na diminuição do peso de nascimento. Já no caso da maconha, alterações no sistema nervoso do feto e distúrbios neurocomportamentais.
A síndrome de abstinência neonatal pode ser diagnosticada intraútero, quando a mãe se encontra em desintoxicação. Na ultrassonografia, verifica-se aumento da movimentação fetal, alterações cardíacas e sinais de comprometimento da oxigenação fetal. Após o nascimento, confirma-se o quadro com exame clínico do recém-nascido; alterações neurológicas podem ser visualizadas com exames de imagem.
“No decorrer da vida do indivíduo, a doença pode-se manifestar por alterações comportamentais, dificuldades de aprendizado, de linguagem e de socialização, assim como retardo mental e toxicodependência”, afirma dra. Conceição.
Em relação, especificamente, ao álcool, os sinais variam desde a presença de sopros até casos graves de insuficiência cardíaca; se o rim for atingido, pode acarretar em infecções urinárias e chegar à insuficiência renal aguda. O comprometimento neurológico é sempre o mais grave.
Quanto ao consumo do tabaco, estudos comprovaram que o fumo diminui o peso fetal em até 200g, além da possibilidade de sofrer com afecções e patologias respiratórias, como asma, bronquite e rinite alérgica.
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