Comissão do Senado aprova Galípolo como presidente do Banco Central

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Nome do indicado de Lula para comando do Banco Central foi aprovado por unanimidade na CAE do Senado. Decisão vai a plenário

Roque de Sá/Agência Senado
Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, neste terça-feira (8/10), o nome do economista Gabriel Galípolo para o comando do Banco Central (BC). Foram 26 votos a zero. Agora, Galípolo precisa ser aprovado pelo plenário da Casa, o que deve ocorrer ainda nesta terça.

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Siva (PT) em 28 de agosto, o economista é, atualmente, diretor de Política Monetária do Banco Central. Já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, braço-direito do ministro Fernando Haddad.

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Os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO) ao lado de Gabriel Galípolo, indicado à presidência do BC

Galípolo defende indicação à presidência do BC no Senado Federal
Gabriel Galípolo ao lado do presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC
Gabriel Galípolo fala sobre seu currículo e o BC durante sabatina no Senado Federal

Galípolo conversou com mais de 60 senadores antes da sabatina, tinha aceitação no mercado e não sofreu resistências dentro do Senado. No entanto, perguntas sobre independência marcaram a sabatina.

Um dos motivos da insistência dos senadores no tema da independência foi por conta dos atritos de Lula com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. O atual chefe da autoridade monetária foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o petista fez várias manifestações negativas contra ele desde que assumiu o mandato, sobretudo com críticas à taxa básica de juros, a Selic.

Um dos pontos levantados pelos senadores foi a de sua relação com o presidente Lula e com Campos Neto. Galípolo respondeu ao senadores que houve “uma frustração” de quem pensava que ao ele entrar no BC, haveria disputas e brigas. O economista declarou que sua relação com ambos é a “melhor possível”.

“Quanto à questão das críticas ao Roberto [Campos Beto] ou a alguma questão com o próprio presidente Lula, eu sinto que eu gerei uma grande frustração na expectativa que existia de que, ao entrar no Banco Central, fosse começar um grande reality show, com grandes disputas e brigas ali dentro.”

E eu infelizmente tenho uma informação chata para dar para todos: a minha relação com o presidente é a melhor possível, com o presidente Lula e com o presidente Roberto. É a melhor possível, eu sempre fui muito bem tratado pelos dois”, disse aos senadores.

Galípolo também negou que em algum momento desde que assumiu a diretoria de Política Monetária do BC, tenha sofrido alguma pressão de Lula.

“Eu realmente jamais sofri. Todas as vezes que o presidente me encontrou ou me ligou foi para dizer: “Comigo você terá toda a tranquilidade. Eu jamais vou te perguntar antes, eu jamais vou fazer qualquer tipo de interferência, você vai ter toda a liberdade para tomar a decisão de acordo com o seu juízo. Eu vou respeitar isso””, afirmou o economista.

No relatório aprovado pela CAE, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que foi relator da indicação, fez elogios à Galípolo, citando “o alto nível de qualificação profissional, a larga experiência em cargos públicos e a sólida formação acadêmica” do economista.

O mandato de Campos Neto encerra em 31 de dezembro de 2024. Caso Galípolo seja aprovado pelo plenário, ele assumirá o cargo em 1º de dezembro de 2025 e ficará no cargo até o fim de 2028.

Quem é Gabriel Galípolo

Natural da capital de São Paulo, Gabriel Galípolo, de 42 anos, tem experiência nos setores público e privado. Desde julho do ano passado, ele é diretor de Política Monetária do BC.

Antes de integrar o colegiado do banco, Galípolo foi o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando foi secretário-executivo da pasta, entre janeiro e junho de 2023.

Alguns dos desafios de Galípolo à frente do BC serão:

  • Inflação;
  • Taxa Selic;
  • Dólar;
  • PIB; e
  • Emprego. Por Gabriel Buss e Mariana Andrade/ Metrópoles.

 

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