Com 85,44 metros e 500 anos, segunda maior árvore da Amazônia está ameaçada por garimpos ilegais, dizem pesquisadores

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A árvore está nos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá, e foi alcançada por expedição de pesquisadores

Expedição do INPE descobre a segunda maior árvore da floresta amazônica Foto: Divulgação/INPE
Expedição do INPE descobre a segunda maior árvore da floresta amazônica Foto: Divulgação/INPE

Rio – A terceira expedição de um projeto que mapeia as árvores gigantes na Amazônia chegou no fim de setembro à segunda maior delas já registrada. O angelim-vermelho tem 85,44 metros de altura e idade estimada em cerca de 500 anos. Pesquisadores acreditam que a gigante está ameaçada por dois garimpos ilegais, a cerca de três quilômetros de distância.A árvore está nos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no Amapá. Apesar disso, e de ainda não estar em risco de extinção, os angelins são conhecidos pelo seu potencial madeireiro, o que também atrai a cobiça de garimpeiros.

“Para chegarmos à gigante, passamos por garimpos, inclusive dentro da reserva. Se a exploração ilegal avançar, vai ameaçar essa árvore e toda a biodiversidade do entorno”, avisa o coordenador do projeto Árvores Gigantes e professor do Instituto Federal do Amapá Diego Armando.

Cinco dias na floresta

A expedição começou em 24 de setembro, na região do Rio Cupixi, e durou cinco dias. O projeto mapeou o angelim-vermelho a partir de uma projeção de pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Antes dele, as maiores árvores registradas no Amapá tinham entre 66 e 79 metros, uma delas outro angelim-vermelho. A média de altura das árvores da Amazônia fica entre 40 e 50 metros.

O grupo já identificou três árvores com alturas acima de 80 metros no Amapá e outras quatro no Pará.

A maior árvore da Amazônia tem 88 metros e foi identificada em 2019, na divisa entre o Amapá e o Pará. Mas nenhum pesquisador conseguiu chegar até essa gigante, pela dificuldade de locomoção em terra.

Novos estudos serão feitos para descobrir por que o angelim-vermelho prevalece na região e como se desenvolve. Segundo Diego, os angelins crescem entre os vales, o que impede a ação do vento e favorece o crescimento em busca da luz do sol para a fotossíntese. Além disso, é provável que a espécie tenha maior capacidade de absorção de gás carbônico, pois 50% de sua massa é composta de CO2.

“Temos uma próxima expedição em novembro e estamos tentando captar recursos do CNPq e órgãos estaduais”, explica Diego. Com informações do Infoglobo/ Fonte. Revista Cenarium.