Chacina do extremo sul em que cinco de uma mesma família morreram foi acerto de contas

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Uma das vítimas, o temido presidiário Jalperaz do Espírito Santo Rocha o “Soca ou Coroa”, era autor de uma chacina cinematográfica ocorrida num bar em 11 de junho de 2012 na cidade de PradoMucuri – A Polícia Civil de Teixeira de Freitas conseguiu identificar todas as vítimas de uma chacina ocorrida na área urbana do distrito 31 de Março, localizado na divisa da Bahia com Espírito Santo pertencente ao Município de Mucuri.

Na ação violenta até o fechamento da edição sem autoria definida cinco pessoas de uma mesma família foram executadas a tiros no interior de um veículo Fiat/Siena, de cor vermelha, placa de aluguel, OZV-3191, licenciado em Alcobaça/BA.

Segundo informações dos moradores, o veículo reduziu a velocidade ao passar pelo radar, momento em que foi interceptado e alvejado com dezenas de disparos de armas de fogo. Um dos tiros chegou a acertar o radar, e assim que o motorista perdeu o controle, os disparos continuaram. Após o fuzilamento, o veículo com os atiradores fugiram sentindo ao Espírito Santo.

A Polícia Rodoviária Federal esteve no local, juntamente com a Polícia Militar e o delegado da Polícia Civil, Samuel Martins Neto.

Todos integrantes da mesma família

No veículo viajava o traficante, homicida e interno do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas – CPTF, de onde havia saído poucas horas antes do fatídico, Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o vulgo “Soca” ou “Coroa”, líder do tráfico em Prado, Alcobaça, Caravelas e com ligações em Teixeira de Freitas e no Espírito Santo.

Jalperaz, o “Soca ou Coroa”, havia deixado o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, na mesma tarde de terça-feira, e seguia no veículo, juntamente com sua esposa, Dilma Maria dos Santos Oliveira Rocha, 40 anos de idade, seus filhos Jalperaz do Espírito Santo Rocha Junior, de 17 anos, natural de Alcobaça e Gabriela Oliveira Rocha, 22 anos, que estava grávida.

O veículo era conduzido pelo genro de Soca, Alan Cláudio de Sousa Felipe, 22 anos. Os corpos ficaram crivados de tiros, assim como o veículo, que ficou completamente destruído. O delegado solicitou perícia e uma equipe do Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas esteve no local, realizando os trabalhos periciais. Segundo os peritos Eder e Pablo, os corpos apresentavam diversos ferimentos pelo corpo, sendo os maiores nas regiões das costas e cabeças das vítimas. Foram encontrados estojos de munição 9 milímetros e .45, e no porta luvas do carro, munições calibre 9 milímetros intactas.

No carro, além dos documentos das vítimas, foi encontrado um caderno com anotações do tráfico de drogas e movimentação financeira. A suspeita é que o criminoso, que era temido no Prado e em Alcobaça, fosse passar um tempo no Espírito Santo, onde possivelmente iria se reestruturar, na compra de armas e drogas e continuar mandando [agora de fora das grades] no tráfico do litoral Extremo Sul.

Após perícia, o delegado autorizou remoção dos corpos, que foi realizada pelo agente Edmílson, ao IML de Teixeira de Freitas, onde serão submetidos à necropsia, nesta quarta-feira (17).

A Polícia trata o caso com uma possível vingança de grupos ou facções rivais, tanto da Bahia como do Espírito Santo, já que “Soca” mantinha contatos também fora do estado. Compilação de Rafael Vedra/Liberdadenews.

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“Soca ou Coroa”, o autor de chacina em Prado é preso em São Mateus

Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, autor de uma chacina no bar Razão de Viver, numa localidade conhecida como “Cavaco”, na cidade de Prado, em julho do ano passado, foi capturado no sábado (6/4), em Balneário de Guriri, cidade de São Mateus, no Espírito Santo, portando uma cédula de identidade falsa com sua fotografia e uma pistola 9mm, municiada.

Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, é fugitivo do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas.
Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, é fugitivo do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas.

Segundo a delegada Rosângela Santos Souza, titular da Delegacia Territorial de Prado, a perícia vai revelar se a arma apreendida foi a mesma utilizada na chacina que vitimou quatro dos oito homens alvejados por tiros de pistola 9mm. Rosângela viajará com uma equipe de investigadores ao Espírito Santo, para interrogar Soca, no Centro de Detenção Provisória de São Mateus, onde está custodiado por força de um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça da Bahia.

Capturado pela polícia capixaba, nas imediações de seu esconderijo, ele se encontrava em companhia de um assaltante de prenome Fábio, que tinha um mandado de prisão temporária em aberto por prática de roubo. As investigações indicam que Soca, procedente da cidade baiana de Alcobaça, havia se aliado a outros criminosos no Espírito Santo, passando a integrar uma quadrilha de ladrões, também envolvida com o tráfico de drogas. Outro mandado de prisão preventiva contra o homicida baiano foi expedido pela Justiça capixaba na manhã de segunda-feira (8/4).

Tráfico – A principal linha de investigação da chacina no bar Razão de Viver, em Prado, aponta o tráfico de drogas como motivação para as execuções. Na noite de 11 de julho de 2012, Soca chegou armado ao estabelecimento comercial, na garupa de uma motocicleta pilotada por Edmílson Santana Ramos. Enquanto o comparsa aguardava estacionado na rua em frente ao bar, o homicida sacou uma pistola 9 mm e atirou em vários clientes.

Elias de Assis, o “Dazinho”, Luzinaldo Silva e Valdinei de Jesus Moreira morreram no local. Antes de fugir num bote, pelo rio Jucuruçu, Soca também matou a tiros um vizinho do bar, identificado como Reginaldo dos Santos Ricardo. A polícia apurou que Luzinaldo e Valdinei eram os verdadeiros alvos do criminoso, que cumprira pena no Presídio de Teixeira de Freitas, em regime semiaberto, até 11 de fevereiro de 2012, quando fugiu.

Resgatado por Edmílson depois de abandonar o bote numa roça, às margens do rio, Socaseguiu de motocicleta com o comparsa, sendo abordados por uma guarnição da Polícia Militar no trevo de acesso a Alcobaça. Edmílson morreu ao trocar tiros com os policiais, enquanto Soca, alvejado na perna, conseguiu fugir por um matagal, só agora localizado no Espírito Santo. Fonte: Ascom/PC.

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Polícia divulga fotografia e nome do autor da chacina em Prado

Segundo as investigações da Polícia Civil, o autor da chacina é Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, que está foragido

Contando com o apoio de policiais civis do Departamento de Polícia do Interior (Depin) vindos de Salvador, a delegada Rosângela Santos, titular do Prado, informou que já está identificado o autor da chacina ocorrida na cidade no início da noite da quarta-feira, dia 11 de julho de 2012. Na ação criminosa três pessoas foram executadas dentro de um bar, um quarto homem foi morto em sua casa, ao lado do estabelecimento comercial, além de mais dois homens que acabaram também morrendo após, supostamente, reagirem contra abordagens da Polícia Militar na cidade de Alcobaça.

A delegada Rosângela Santos informou à imprensa que o autor da chacina trata-se de Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, um fugitivo do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF) e que ultimamente tinha sido visto na cidade do Prado. Segundo apurou a delegada, “Soca” é apontado como autor de outros dois homicídios e uma ocultação de cadáver na cidade de Alcobaça.  A motivação para a chacina ainda continua sendo investigada.

Delegada Rosângela Santos, titular da Polícia Civil do Prado

Na terça-feira (17/7/12) a delegada Rosângela também falou sobre a morte de Ednilson Santana Ramos, o “Nino”, natural do Prado e que foi atingido a tiros ao, supostamente, tentar romper uma barreira policial na noite da chacina e morreu quando era socorrido ao Hospital Municipal de Teixeira de Freitas (HMTF), atingido por quatro tiros, sendo dois na testa, um nas costas e outro na perna. Conforme informou o site “Prado Agora”, “ela [delegada] salientou que de acordo com as investigações, ‘Nino’ estava pilotando a moto utilizada no crime. Segundo a delegada, ele levou o ‘Soca’ até o local da chacina e em seguida deu-lhe fuga. Essa mesma versão foi dada pelo tenente -coronel Osíris Cardoso, comandante do Batalhão da Polícia Militar em Teixeira de Freitas (13º BPM), durante entrevista recente para a TV Sul Bahia. “Essa informação de que o motociclista estaria sendo mantido refém me parece vazia, tanto que um disparo foi dado contra a viatura. Até que prove o contrário, o motociclista alvejado estava dando fuga ao assassino”, relatou.

Uma operação policial já está montada em Prado com o objetivo de prender Jalperaz do Espírito Santo Rocha, o “Soca”, apontado como autor das mortes em série. Somente com sua prisão, que passa a ser uma questão de honra para a polícia, é que será possível descobrir a motivação da chacina, bem como se a morte de Ednilson Santana Ramos, “Nino”, fora mesmo pelo fato de ele tentar oferecer fuga para o assassino. Por Ronildo Brito.

Chacina em Prado deixa quatro mortos e uma mulher baleada

A cidade do Prado viveu momentos de terror na noite de quarta-feira, 11 de julho de 2012, quando circulou a notícia de uma chacina, num cenário com quatro pessoas mortas e outros três feridos.

Eram por volta das 18h30, quando o homicida disparou diversas vezes contra as vítimas, que estavam no bar Razão de Viver, instalado às margens da Rodovia BA-489, imediações do km 02, no perímetro urbano da cidade do Prado.

Valdinei de Jesus Moreira (33) e Luzinaldo Silva (38), ambos com residência em São José, distrito do município de Alcobaça, foram os primeiros a serem alvejados por disparos de uma pistola 9 milímetros, conforme afirmou o perito criminal, Bruno Melo, da Polícia Técnica de Teixeira de Freitas. Com disparos contra a cabeça, os dois morreram ali mesmo.

Dois homens, de Alcobaça, podem ter sido alvo da chacina Elias Saúde de Assis, o “Dazinho” (43), teria sido o terceiro a ficar na mira do criminoso e acabar morto. Segundo amigos, ele estava no lugar errado, na hora errada. “Para não ser uma testemunha, acabou ficando no caminho dos criminosos”, declarou um amigo.

A quarta vítima a morrer na chacina foi encontrada dentro da residência, ao lado do bar. Reginaldo dos Santos Ricardo (35), que trabalhava na empresa de limpeza pública do Prado, foi perseguido e morto num dos quartos da casa. Familiares apontam que a morte do gari teria ocorrido enquanto o criminoso fugia, tentando chegar ao Rio Jucuruçu, que fica nos fundos da residência.

Eliana Ribeiro Santana, conseguiu sobreviver depois de se refugiar dentro do banheiro do bar, onde ocorreu a tragédia. A vítima, ainda assim foi atingida, tanto no abdômen – que ficou perfurado –, quanto na perna – que apresentou fraturas.

Benedito Jorge dos Santos também foi alvejado. Assim como a mulher, foi socorrido por uma unidade do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) até o Hospital Jonival Lucas, mas, seu quadro clínico foi considerado grave. Ele apresentou traumatismo no tórax e ferimento na clavícula.

Uma terceira vítima, identificada como Jarbas Miranda da Silva, teve a perna esquerda fraturada por um disparo. Todos foram transferidos para o Hospital Municipal de Teixeira de Freitas, onde devem passar por procedimentos cirúrgicos, para a retirada de projéteis que ficaram alojados no corpo.

A Central de Operações do 4º Pelotão da Polícia Militar do Prado informou, por volta das 22 horas, que um suspeito foi morto, depois de tentar fugir do cerco policial montado no trevo da cidade de Alcobaça. A informação é que ele e outro comparsa seguiam a bordo de uma motocicleta, com as características daquela utilizada no crime. Segundo o tenente Samuel Santa Bárbara, comandante do 4º Pelotão do Prado, uma arma foi encontrada com o acusado. O segundo suspeito teria conseguido se embrenhar no mato e fugir da perseguição policial.

O local onde o crime foi praticado ficou muito conhecido como “Cavaco”, apesar de fazer parte do bairro São Sebastião. Em passado não muito distante, diversas mortes ocorreram nas proximidades, contudo, nos últimos anos, as pessoas viveram ‘tempos de calmaria’, naquela localidade, até esta noite que será difícil do povo pradense esquecer.