“Brasília é a capital do lobby, não conseguimos impedir todos os malfeitos”, diz presidente do STJ ao citar esquema

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Herman Benjamin defende a reputação do STJ em meio a escândalo de venda de sentenças

Ministro do STJ Herman Benjamin
Ministro do STJ Herman Benjamin (Foto: Lucas Pricken/STJ)

247 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) enfrenta o desafio de manter sua reputação em meio a denúncias sobre esquemas de venda de decisões judiciais, afirma o presidente da corte, ministro Herman Benjamin. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Benjamin rejeita a ideia de uma crise institucional e destaca que as suspeitas envolvem apenas “fatos isolados de poucos servidores”. No entanto, ele admite que, apesar dos esforços, o STJ não tem conseguido bloquear completamente práticas irregulares.

“Brasília é a capital mundial dos lobistas”, afirma o ministro, explicando que o lobby na capital do país ocorre de forma informal, frequentemente em restaurantes e até eventos religiosos, onde intermediários vendem suposto acesso aos gabinetes dos ministros. “Muitas vezes, se vende acesso a ministros quando não se tem, mas há muitas pessoas crédulas a esses charlatões”, ressalta Benjamin.

Para o presidente do STJ, os casos de irregularidade se limitam a “um número muito pequeno” de servidores em um universo de mais de 5.000 funcionários. Benjamin menciona que dois servidores já foram afastados, mas o processo de investigação segue em andamento com rigor. “Estamos apurando a fundo com a perspectiva de que o povo brasileiro fique satisfeito com as providências”, declarou o ministro, acrescentando que a corte tem adotado medidas para rastrear o acesso a processos e impedir vazamentos.

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