Brasileira é acusada de orquestrar dois assassinatos de maridos na Itália

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Ex-amante revela detalhes macabros sobre plano que envolveu 7 pessoas, incluindo filho da acusada, para simular acidente fatal em Parabiago; ela pode estar ligada a outra morte

Em um caso que chocou a Itália e ganhou repercussão internacional, novos detalhes emergem sobre os crimes atribuídos a Adilma Pereira Carneiro, 49 anos, conhecida como a “Louva-a-Deus de Parabiago”. A brasileira é acusada de arquitetar o assassinato de dois maridos em um intervalo de 13 anos, revelando um padrão criminoso que mistura relacionamentos amorosos, manipulação e ganância.

O mais recente crime ocorreu em 9 de agosto de 2024, quando Fabio Ravasio, 52 anos, foi fatalmente atropelado enquanto pedalava em Parabiago, região metropolitana de Milão. O que inicialmente parecia um trágico acidente revelou-se, segundo as investigações, um elaborado plano criminal envolvendo sete pessoas, incluindo Igor Benedito, filho de 25 anos da acusada.

Durante audiência recente no Tribunal de Busto Arsizio, Massimo Ferretti, ex-amante de Adilma e proprietário do bar Maison Café, revelou que a brasileira havia anteriormente tentado contratar um assassino de aluguel por 100 mil euros. Diante do alto custo, optou por manipular pessoas de seu círculo íntimo para executar o crime, usando falsas acusações de violência doméstica e abuso infantil contra Ravasio para justificar suas ações.

Patrimônio e ambição

Segundo a juíza Anna Giorgetti, o motivo do crime seria puramente financeiro. Adilma visava acessar o patrimônio de 3 milhões de euros de Ravasio, com quem tinha dois filhos gêmeos de 8 anos. “Nada parece ser suficiente para ela: escrava da sua ganância, ela quer sempre mais, é brutal, fria e calculista”, declarou a magistrada.

Conexão com crime anterior

Em uma reviravolta surpreendente, investigações recentes conectaram Adilma à morte suspeita de seu segundo marido, Michele Della Malva, ocorrida em dezembro de 2011. A promotoria italiana prendeu na última semana Maurizio Massè, ex-marido da cunhada de Della Malva e então amante de Adilma, acusado de forçar a vítima a ingerir um saco plástico com cocaína, provocando overdose fatal.

O relacionamento entre Adilma e Della Malva teve início inusitado: eles se conheceram na prisão em 2006, onde ele cumpria pena de 29 anos por duplo homicídio, e ela, quatro anos por tráfico internacional de drogas. Após conquistarem a liberdade, casaram-se e tiveram trigêmeos.

Perfil criminoso

Nascida no Rio Grande do Norte, Adilma construiu uma vida controversa na Itália, onde atualmente é sócia de uma empresa de compra e venda de imóveis em Magenta. Seu patrimônio inclui propriedades de luxo, incluindo uma casa na Riviera Francesa, e veículos de alto padrão.

O processo continua em andamento, com próxima audiência marcada para 7 de abril, quando outros réus deverão prestar depoimento. Se condenada pelos dois assassinatos, Adilma poderá enfrentar uma das penas mais severas previstas na legislação italiana.

A defesa de Adilma não foi localizada para comentar as acusações até o fechamento desta matéria. O caso segue mobilizando a opinião pública italiana e reacendendo debates sobre crimes passionais e violência doméstica no país. Por [email protected]

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