Por Uemerson Florencio*
Com base nas micro expressões faciais, sem que você manifeste uma só palavra, nota-se que o olhar carrega diversas assinaturas emocionais. As rugas de expressão transmitem muito mais do que se pode imaginar e na maioria das vezes quem convive contigo, costuma dizer que lhe conhece. Mas, será que estas pessoas lhe conhecem mesmo ou apenas tiveram acesso a alguns códigos da sua linguagem corporal?
Algumas pessoas passam pelas nossas vidas e deixam grandes rastros de destruição, como num cenário de guerra, muitas pessoas ficam em verdadeiras ruinas humanas. Esses predadores emocionais, na maioria das vezes são pessoas da família, relacionamentos amorosos tóxicos e afins. Como você enfrenta as marcas que estas pessoas deixaram em sua vida?
Porque será que em locais inesperados, você também tem a triste surpresa de ser submetida a estas mesmas dores passadas? Em todos os cenários que você viveu ficaram algum tipo de registro emocional, bom ou ruim. Estes registros são denominados memórias traumáticas. Não está escrito nas estrelas, mas foi assimilado pelo teu cérebro e expresso em tua face.
Mas você pode se perguntar: Como nascem as memórias traumáticas? Ela é fruto de tudo aquilo que você já viveu ou testemunhou. Vamos lá, faça um minuto de silencio, respire e observe o que lhe acontece quando eu lhe digo algumas palavras, seguem: Traição…, decepção…, rejeição…, abusos…! Agora avalie: Quais são os cenários que a sua memória elabora? Quais são as pessoas que vieram ou vem a sua mente?
Quantas vezes você se enxergou presa nas palavras que lhe disseram? Mesmo que lhe digam o contrário, porque estas infelizes palavras ecoam ainda tão forte dentro de você? Só você sabe o que testemunhou ou viveu na sua fase adulta. A soma de tudo o que você viveu se soma a tudo o que você vive atualmente. Será que não existem histórias sendo repetidas neste exato momento da sua vida?
Como você conduz as cenas traumáticas que você presenciou na sua infância? Diante de tantos cenários, o seu corpo carrega todos os registros emocionais e físicos. Mas você cresce, chega a fase adulta e diz, eu não vou repetir a história que os meus pais viveram. No entanto, nem preciso prosseguir, porque é nesta hora que as suas lágrimas começam a cair, afinal, você se dá conta que já está reproduzindo há muito tempo atitudes, gestos e pensamentos com certo alinhamento ao que você mesma rejeitava.
Você pode mudar estar realidade. Mas aí vem uma pergunta: Você se enxerga mesmo dentro deste cenário? Ele te incomoda a ponto de você concentrar esforços para garantir as mudanças necessárias em sua vida?
Você consegue reconhecer e aceitar que pode estar repetindo alguns dos padrões comportamentais da sua família? Você consegue identificar qual é o endereço emocional das suas dores? Consegue identificar quem são as pessoas que mais marcaram dolorosamente em sua vida? Qual é o tipo de sentimento que surge quando está diante delas?
Você consegue calcular quantas decepções foram acumuladas ao longo da sua vida? Qual o motivo das suas decepções? Como você se comportava para que a partir de um dado momento fosse golpeada pela decepção? Como era a estrutura das suas relações? Qual era o tipo de tratamento que você dava as pessoas?
Como uma bola de neve descendo a montanha, você formou uma verdadeira avalanche de emoções que transbordam em sua linguagem corporal, em tuas micro expressões faciais e na força ou fraqueza das tuas próprias palavras. Há muita amorosidade em ti, mas com o tempo você sente perdida quanto a esta questão, afinal, o seu interior está cansado por conta de tantas decepções, desgostos e hoje quer mudança. No entanto, o principal problema está em não saber por onde começar para dar os seus primeiros passos para a grande virada.
Porque você vive com esta angustia tão dolorosa que se manifesta em forma de irritabilidade e estresse consigo mesma e com os demais? Já percebeu que muitas vezes você fica irritada consigo mesma por conta dessa falta de resposta? Você busca uma nova realidade para você, mas porque você não está conseguindo avançar para um novo patamar? Estas são as travas mentais, manifestadas em formas de crenças limitantes estruturadas. Quem quer permanecer ao lado de quem não se faz companhia nem para si mesmo?
Você consegue identificar o que mais lhe incomoda hoje? Você reconhecer que este incômodo deve deixar de existir em você? Consegue conviver com esta realidade de forma feliz? Se lhe incomoda de verdade, você estar com total disposição para mudar? Você ainda não se tornou a pessoa que você veio para ser. Por isso, lhe pergunto: Você está com total disposição para se comprometer com a mudança que você merece?
*Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 4 países de língua espanhola (Argentina, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.