Por Carlos Mensitieri
Os aquíferos e as bacias hidrográficas do Brasil formam uma das maiores reservas de água doce do mundo. Entretanto o que se ouve diariamente é que a população precisa fazer racionamento do uso da água. E o que o governo e os seus órgãos responsáveis pela gestão hídrica brasileira têm feito no intuito de resolver essa questão? Praticamente nada. O que vemos são algumas ações pontuais e tímidas relacionadas ao aproveitamento e preservação da nossa água doce.
Temos o grave problema do assoreamento dos nossos rios, como é o caso do Rio São Francisco e tantos outros, a poluição desenfreada como a do Rio Tietê, e ainda as catástrofes ambientais que atingem vários rios, como o Rio Doce atingido pela lama da mineradora SAMARCO, entre outros. Ou seja, o tema em questão necessita de um espaço aberto e amplo nos nossos informativos, onde a população possa debater as políticas ambientais focando principalmente nas ações predatórias que destroem os rios brasileiros, pois eles não aguentam a exploração demasiada a que são submetidos, e os desastres ecológicos em curso confirmam esta afirmação.
Os nossos rios precisam de cuidados para que possam compor uma integração vital entre a sociedade e o nosso planeta, pois o homem como predador dos ecossistemas, continua a saquear os rios, diante de uma estrutura administrativa esquálida, que não consegue manter uma fiscalização rigorosa, no sentido de combater crimes contra a natureza.
Para o nosso alento, aqui na nossa região, mais especificamente em Teixeira de Freitas, há aproximadamente dez anos vem sendo discutida a situação do Rio Itanhém/Alcobaça e como revitalizá-lo e utilizá-lo de forma sustentável e inteligente, de forma que traga benefícios para toda a população por ele banhada, desde a sua nascente no município mineiro de Fronteira dos Vales-MG até a sua foz no município de Alcobaça-BA.
Atualmente, com a proposta do 1º Simpósio das Águas (com a intenção de salvar o Rio Itanhém/Alcobaça desde a sua nascente até a foz) de autoria do presidente da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, vereador Agnaldo Teixeira Barbosa, o “Agnaldo da Saúde”, foram realizados nove encontros sobre o tema. O Simpósio está marcado para terça-feira próxima, dia 5 de junho, no auditório da FASB-Faculdade do Sul da Bahia, tendo como presidente da Comissão do Projeto Especial de Recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Itanhém/Alcobaça, o vereador Valci Vieira dos Santos.
O que se espera desse Simpósio são ações práticas e imediatas pelo poder público e população regional, que venham trazer resultados eficientes na recuperação do Rio Itanhém/Alcobaça e ainda que se tenha um aproveitamento sustentável das suas potencialidades. Um rio não deve ser tratado como mero corpo líquido sujeito à exploração extrema dos seus recursos naturais, pois esse tipo de atitude pode influenciar de forma definitiva na sua vitalidade, pondo em risco até a sua própria existência.
