Advogado Luís Francisco Caselli é morto a tiros em São Paulo: Polícia aponta indícios de execução planejada

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Lobista com passagens por estelionato é vítima de emboscada em carro blindado; Investigação avança com imagens de câmera de segurança

O advogado Luís Francisco Caselli, de 61 anos, foi executado a tiros na noite de segunda-feira (24), na região do Tatuapé, zona leste da capital paulista. O crime, que ocorreu por volta das 18h30 na Rua Luís dos Santos Cabral, no bairro Jardim Anália Franco, é investigado pela Polícia Civil do Estado de São Paulo como homicídio qualificado, com indícios de planejamento prévio. Caselli, apontado como lobista de empresas que mantinham relações com o poder público, tinha ao menos 20 passagens policiais por crime de estelionato e já havia sido investigado por outros delitos, incluindo corrupção passiva.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), policiais militares foram acionados para uma ocorrência na via mencionada, onde a vítima foi encontrada ferida dentro de seu veículo. “A vítima, um homem de 61 anos, estava dirigindo, quando foi atingido por disparos de arma de fogo realizados por um homem, que estava de garupa em uma motocicleta”, informou a pasta em nota oficial.

O carro de Caselli era blindado, mas a janela do motorista estava aberta no momento da abordagem, o que facilitou os disparos. Imagens de uma câmera de segurança capturaram a ação: dois homens em uma moto se aproximam do veículo, e o garupa efetua os tiros. Após os disparos, o atirador desce da moto e tenta remover um rastreador instalado no carro, mas abandona a ação quando o veículo colide com outro e foge com o comparsa.

Caselli, que também atuava como intermediário em contratos públicos, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local de atendimento. A perícia técnica foi acionada, e itens como o celular da vítima e o rastreador foram apreendidos para análise. Não há indícios de roubo de objetos pessoais, o que reforça a hipótese de execução, descartando latrocínio. O caso foi registrado como homicídio no 30º Distrito Policial (Tatuapé), onde a equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital assumiu as investigações.

Antecedentes da vítima e contexto do crime

Luís Francisco Caselli era conhecido no meio jurídico e empresarial por atuar como lobista, facilitando negociações entre empresas privadas e órgãos públicos. Registros policiais indicam que ele respondia a processos por estelionato em diversas ocasiões, com pelo menos 20 ocorrências anotadas em seu histórico. Em 2017, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Caselli por se passar por delegado de Polícia Federal para beneficiar uma empresa em um contrato com a Prefeitura de Paulínia, no interior de São Paulo. A denúncia envolvia crimes de corrupção passiva e organização criminosa, mas o processo foi arquivado pela Justiça Federal da 9ª Vara de Campinas por falta de provas suficientes.

Embora o crime não tenha sido diretamente ligado a esses episódios em investigações iniciais, fontes policiais destacam que o perfil de Caselli – com conexões em esferas de poder e histórico de controvérsias – pode ser relevante para apurar motivações. A Polícia Civil informou que equipes de inteligência estão rastreando a moto usada no ataque e analisando imagens de câmeras próximas para identificar os autores, que fugiram sentido Avenida Salim Farah Maluf.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais e na imprensa, com postagens em plataformas como X (antigo Twitter) destacando o vídeo da execução e questionando possíveis ligações com corrupção em contratos públicos. Perfis jornalísticos, como o da GloboNews, relataram: a polícia investiga se o crime foi uma emboscada planejada, dada a precisão dos disparos e a tentativa de remoção do rastreador.

Avanços na investigação e medidas de segurança

A Delegacia de Homicídios priorizou o caso, com depoimentos de testemunhas e análise balística em andamento. A SSP-SP reforçou o patrulhamento na região do Tatuapé para prevenir retaliações ou crimes semelhantes. Especialistas em segurança pública consultados por veículos como CNN Brasil apontam que execuções por moto – conhecidas como “motocídio” – são comuns em São Paulo, representando cerca de 20% dos homicídios na capital em 2024, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (verificados em relatórios oficiais de 2024).

A morte de Caselli reacende debates sobre a regulação do lobby no Brasil, especialmente após escândalos recentes envolvendo intermediários em licitações públicas. No entanto, autoridades enfatizam que a investigação segue focada em fatos concretos, sem prejulgamentos.

Palavras-chave: assassinato São Paulo, Luís Francisco Caselli, lobista executado, homicídio qualificado, Tatuapé, estelionato, corrupção passiva, Polícia Civil SP, emboscada carro blindado. Por Alan.Alex / Painel Político

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