O sociólogo comentou o novo acordo de cooperação estratégica entre os dois países e exaltou seu caráter anti-imperialista. “Ele zera o efeito das sanções estadunidenses e rebaixa o papel do imperialismo no Oriente Médio”.

247 – Para o sociólogo e professor Lejeune Mirhan, o acordo de cooperação estratégica que libera investimentos chineses de grande escala em setores-chave da economia iraniana tem um caráter profundamente anti-imperialista, que deve rebaixar o papel dos Estados Unidos no Oriente Médio.
“Este acordo é, dentro da geopolítica mundial, uma jogada de dois grandes mestres internacionais de xadrez: o Irã e a China, com seus respectivos chanceleres. Ele tem dois efeitos. Primeiro, é minimizar e quase zerar toda a eficácia das sanções que os Estados Unidos vêm impondo ao Irã há décadas. Isso por si só é uma grande vitória. Segundo, rebaixa o papel dos Estados Unidos em todo o Oriente Médio. Por esses dois aspectos, estamos vendo o caráter profundamente anti-imperialista, que é todo respaldado em transferência de tecnologia, de ciência, de acordos acadêmicos, mas também militares de desenvolvimento de novas tecnologias, de novas armas, de transferência de inteligência e até a criação de montadoras de automóveis dos dois países visando exportações de carros para todo o Oriente Médio”, explica.
Lejeune aponta que o acordo fortalece a resistência de países e grupos anti-imperialistas na região: “Ele começa a ser construído a partir de um encontro em 23 de janeiro de 2020 entre os dois presidentes. Na verdade, a primeira versão é de 2015. Em 2020 eles apertam as mãos e ontem ele foi definitivamente sacramentado. É uma grande vitória dos povos, porque fortalece o líder do chamado ‘arco da resistência’ no Oriente Médio, que é o Irã, junto com a Síria e o Líbano e, evidentemente, o Hezbollah”.