Luiz Fux manteve mais contatos com banqueiros que qualquer outro na história do STF
Alvo de uma ‘denúncia’ baseada em ‘seis diferentes fontes’ sem nenhuma identificação, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes está no centro de um furacão produzido pela colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, sendo acusado de ter promovido advocacia administrativa ao ter se reunido com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo para, segundo Gaspar, ‘ter tratado do caso do enrolado (e liquidado) Banco Master’, instituição que mantinha contrato com o escritório da esposa de Moraes.
O ministro negou oficialmente, o Banco Central também emitiu nota afirmando que a as reuniões e telefonemas de Moraes foram para tratar da sanção injustamente imputada pelo governo americano ao ministro e sua família. A jornalista Daniela Lima, do UOL reforçou as notas, praticamente desenhando a dinâmica que antecedeu a crise criada pela colunista do Globo.
Para os setores afetados pelas decisões do ministro, foi um prato cheio. Moraes, junto à opinião pública, se tornou alguém altamente suspeito. O que está em jogo no momento são interesses que a grande maioria sequer para para pensar, sendo mais fácil acreditar que Moraes cairia na esparrela de sair em defesa de contrato, que, por mais rentável que seja, não valeria manchar sua carreira, do que nas notas oficiais.
Óbvio que os estragos são imensuráveis e a imprensa, que tem papel fundamental na democracia, ao que tudo indica, vai insistir no roteiro simplista, afinal, a mídia corporativa cria e alimenta esse tipo de ‘crise’. O problema é que essa mesma imprensa, ignorou (e ainda faz vista grossa) a inúmeras reuniões e eventos que outro ministro, este sim, quem mais favoreceu os bancos e banqueiros, é convenientemente ‘esquecido’. Trata-se de Luiz Fux, que presidiu a Corte antecedendo Luis Roberto Barroso e que manteve, por dois longos anos, uma reclamação contra uma juíza no Conselho Nacional de Justiça, totalmente infundada, que se atreveu a emitir uma ordem de bloqueio contra um dos maiores bancos privado da América Latina (cujo nome não posso citar por uma decisão claramente inconstitucional do Tribunal de Justiça de São Paulo).
Fux deitou e rolou. E não estou aqui falando sobre ‘seis diferentes fontes anônimas’ e sim de um episódio registrado pela magistrada (já falecida) publicado no Diário da Justiça, onde ela narrou a absurda interferência do ministro no episódio, que envolveu ainda o sobrinho do ex-ministro Luis Roberto Barroso, o advogado Rafael Barroso Fontelles. O caso ainda está em recurso (venci em primeiro grau, e antes mesmo da primeira decisão, uma liminar foi deferida a favor da instituição), que posteriormente foi mantida e estou recorrendo.
Luiz Fux já havia sido citado em diferentes episódios envolvendo banqueiros, que vieram à tona com a ‘Vaza Jato’, incluindo palestras ‘fechadas’ para grupos econômicos de investidores do mercado. Por um ‘mero acaso’ a grande mídia sempre ignorou essas relações.
Moraes merece, e muito, o benefício da dúvida, afinal são ‘fontes anônimas’, o que lembra muito as ‘tias do zap’, e não jornalismo investigativo sério. Não tenho procuração para defender Moraes, mas entre os que hoje compõe o Supremo, ele, ao lado de Flávio Dino, são os que de fato estão cumprindo os papéis que lhes foram atribuídos.
Espero que o ministro mova um processo judicial contra Malu Gaspar, afinal os prejuízos à imagem e a crise por ela provocada, são de uma profunda gravidade, e passou da hora dos representantes da chamada ‘grande mídia’ sejam responsabilizados por ataques levianos. Por muito menos um banco exigiu na justiça que eu pagasse R$ 1 milhão, com claro intuito de me calar, alegando ‘prejuízos imensos’. O mesmo banco que na época divulgou ter quebrado recordes de lucros.
Evidente que em Brasília não existem santos, mas daí a afirmar que Moraes praticou sem nenhuma sombra de dúvida advocacia administrativa, existe uma diferença abissal.
Sobre o caso envolvendo Fux, tão logo o ministro deixou o comando da Corte, o CNJ arquivou a representação contra a juíza, o banco segue sem pagar o que deve em um processo que se arrasta há quase 30 anos, e o tribunal segura um embargo declaratório (também conhecido como protelatório) sem julgar há pelo menos 2 anos. Um processo bilionário, cujo calote histórico deveria ser manchete em todos os grandes veículos de comunicação deste país e até fora dele.
Moraes não é santo, mas a esparrela criada por Malu Gaspar merece uma punição exemplar, afinal, pau que dá em Chico também dá em Francisco. Por Alan.Alex / Painel Político


