Popularmente chamada de vitamina do sol, a vitamina D é conhecida por ser essencial à preservação óssea e ao metabolismo do cálcio. No entanto, seus benefícios se estendem para outras partes do corpo. Ela atua no sistema imunológico, tem relação com o tecido adiposo e também com o desenvolvimento muscular e cerebral das crianças.
Ela pode ser obtida por meio de alimentos como ovos e peixes, como o salmão, atum e sardinha; porém, para que seja, de fato, sintetizada e ativada pelo organismo, a criança precisa da exposição solar, nos horários indicados como mais seguros – antes das 10hs e após às 16hs, quando os raios UVA e UVB apresentam menor intensidade.
Em crianças mais velhas, adolescentes e adultos, a deficiência de vitamina D resulta no aumento do risco de fraturas. Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira, membro do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), alerta para os riscos que a falta da substância pode trazer ao organismo infantil: “A resposta imune da criança ficará mais baixa, aumentando as chances de desenvolver infecções e processos inflamatórios. Porém, uma das doenças causadas pela sua deficiência que merece mais atenção dos pais é o raquitismo”.
O diagnóstico de raquitismo (com pico de incidência de 3 a 18 meses de idade) é feito com base na anamnese e nas manifestações clínicas, tais como, comprometimento do crescimento ponderoestatural, atraso no desenvolvimento motor, palidez, irritabilidade, sudorese, entre outros.
De acordo com a especialista, a condição fragiliza os ossos e afeta o desenvolvimento do esqueleto, o que pode causar graves deformidades ósseas. É preciso um cuidado especial, pois, se não for tratada corretamente, as mutações geradas na infância podem manter-se no estágio adulto.
Até os 2 anos de idade, os pequenos podem obter a vitamina D por meio do leite materno – caso seja necessário, o pediatra pode indicar doses de suplementação. “É internacionalmente preconizado que as crianças menores de um ano recebam suplementação de 400 UI/dia, enquanto as que têm entre um e dois anos devem receber 600 UI/dia”, afirma a dra. Fernanda.
Os pais também devem ficar atentos à obesidade infantil, pois, além de desencadear uma série de problemas graves, boa parte desta vitamina fica retida na gordura corporal, o que prejudica os seus níveis no organismo.
São considerados grupos de risco para deficiência: crianças amamentadas ao seio sem suplementação/exposição solar adequada, com pele escura, limitada exposição ao sol e necessidade de rigorosa fotoproteção, com má-absorção de gorduras, insuficiência renal e síndrome nefrótica ou em uso de drogas como anticonvulsivantes.
É muito importante que os pequenos sejam expostos ao sol de 10 a 20 minutos por dia, exceto nos horários de pico, tão prejudiciais à pele que, nesta época da vida, é extremamente sensível. “Mesmo com protetor solar, a criança consegue obter a ativação da vitamina D. Não recomendamos a exposição solar ao meio dia. Prefira os primeiros raios da manhã e o final da tarde”, explica a pediatra.
Crianças e adolescentes devem ser incentivados para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e estilo de vida adequado, incluindo o consumo de alimentos fonte de vitamina D (p. ex. peixes marinhos) e a prática de atividades ao ar livre associada à exposição solar segura.
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