A importância da imunização em pessoas vivendo com HIV/Aids

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Embora cercada por uma série de preconceitos desde o surgimento dos primeiros casos de AIDS, na década de 1980, a ciência já comprovou que o contágio não está restrito a nenhum grupo: qualquer pessoa, independentemente do gênero, idade e opção sexual pode contrair a doença.
O HIV ataca o sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+) – acarretando, portanto, na redução da capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas. Em pessoas com a imunidade normal, os microorganismos que causam esses males não desencadeiam problemas graves.
Nesses casos, a vacina é uma importante aliada aos soropositivos. Conforme explica a dra. Marta Heloisa Lopes, coordenadora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), quanto mais estas pessoas com comprometimento imunológico estiverem protegidas de patologias adversas, melhor.
“É imprescindível que a carteira de vacinação das pessoas que vivem com HIV/Aids esteja atualizada com as vacinas que todos devem receber, como tétano, difteria, coqueluche e hepatite B, por exemplo”, explica a infectologista. “No entanto, além destas, é fundamental que os soropositivos também recebam as imunizações que não são liberadas para todos os adultos, porém disponíveis a eles, como é o caso da pneumococo, meningococo, hepatite A, influenza, entre outros tipos”, complementa.
Nos adultos com a imunidade reconstituída, as vacinas podem (e devem) ser aplicadas assim que possível. As vacinas de vírus vivos (sarampo, rubéola, caxumba, varicela, febre amarela, poliomielite oral) podem ser aplicadas, porém, com mais cautela. “Como são constituídas de agentes vivos, podem causar reações – por vezes, muito graves – em pacientes com um maior comprometimento da imunidade. Por isso, só devem ser administradas para aqueles com nível mais alto de linfócitos T CD4, que são células de defesa do nosso organismo, e que podem estar diminuídas nos pacientes com HIV”, explica a especialista.
Assim como entre aqueles que não possuem a doença, as indicações e dosagens variam conforme a idade. Para isso, existe o calendário da criança, do adolescente, do adulto e do idoso, cada um com suas próprias especificações.
Pesquisas que buscam uma vacina segura e eficaz contra a própria AIDS ainda não apresentam nenhuma evolução animadora ou resultado definitivo, pelo menos a curto prazo. Contudo, em termos de prevenção, alguns avanços aconteceram nos últimos anos e as prevenções biomédicas adicionais ao uso do preservativo é uma alternativa para combater a doença.
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