Podemos escrever inúmeras vezes sobre o ser humano, jamais esgotaremos o pensar; e as descobertas. Esse grande mistério que é a vida nos remete a compreender que podemos supor o autoconhecimento, sempre sertã suposição.
Ao mirarmos a existência, percebemos que somos tudo e ao mesmo tempo nada, pois, sabemos o que fazemos no presente e lembramos o que fizemos no passado, no entanto, podemos apenas cogitar o que seremos no futuro, porém, serão sempre cogitações, porque existe um grande mistério na vida, as cavernas do inconsciente, da consciência, são capazes de nos reservar surpresas que desconhecemos. Vivemos numa constante descoberta de nós mesmos, essa é a grande alegria de ser. Com certeza, essas descobertas irão surgir; queiramos ou não; elas aparecerão. Pois, se não nos reservarmos momentos para reflexões, o tempo nos mostrará e quando o tempo nos mostra as surpresas nos abordam e quase nunca estamos preparados para absorvê-las. Surgem os conflitos. Estes, quando não resolvidos, se recalcam, reprimem no inconsciente e somatizam criando pulsões de energia que a qualquer momento podem compulsionar e nos surpreender; podendo duas faces se apresentar com soluções ou nos conflitos que se amontoam nas sombras do inconsciente. Precisamos nos referir ao que nós somos sem resistência, pois elas são máscaras que não trazem a essência do que somos. O eclipse que nós encontramos vem criando armadilhas perigosas para o nosso futuro, desejamos muito um mundo melhor para os nossos filhos, mas não nos preocupamos com os filhos que deixaremos para esse mundo.
Os vazios podem, com certeza, serem preenchidos, percebemos a qualidade de um homem não somente pelos seus acertos, mas pelas determinações que não o abatem nos erros e, resilientemente, persiste na sua transformação e busca. Por Luís Vinhas, psicanalista.
