A falta de liderança foi o fator decisivo para a derrota de Mildson Medeiros

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Liderar não é apenas tomar decisões, mas também saber escolher as pessoas certas para compor sua equipe e orientar o trabalho coletivo

A falta de liderança foi o fator decisivo para a derrota de Mildson Medeiros
A recente derrota de Mildson Medeiros, do Avante, na busca pela reeleição à prefeitura de Itanhém é um caso que ilustra como a falta de liderança pode ter consequências desastrosas em um processo eleitoral. Embora tenha realizado obras importantes para o município, como o asfaltamento da estrada de Ibirajá e a reestruturação de diversas escolas, sua gestão foi marcada pela ausência de uma liderança forte e efetiva.

Durante seu mandato, Mildson contou com o apoio de dois governadores, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues, o que lhe proporcionou um cenário favorável para implementar grandes obras. No entanto, o que deveria ter sido um trunfo se transformou em uma fragilidade. A dependência de aliados e a falta de um posicionamento claro o tornaram vulnerável, permitindo que vozes menos qualificadas e pessoas sem experiência política, como a primeira-dama, influenciassem suas decisões.

Liderar não é apenas tomar decisões, mas também saber escolher as pessoas certas para compor sua equipe e orientar o trabalho coletivo. Mildson, durante toda a sua gestão, negligenciou essa parte essencial da liderança. Ao permitir que pessoas sem o conhecimento adequado ditassem normas e diretrizes, comprometeu a eficácia de sua gestão. Essa falta de controle e direcionamento criou um ambiente em que as ações eram mais reativas do que proativas, prejudicando a imagem de sua administração.

A estratégia de Mildson, que se apoiou na distribuição de esmolas durante sua gestão, é um exemplo de como a falta de uma visão de longo prazo pode ser prejudicial. Embora essas ações tenham trazido benefícios imediatos para alguns eleitores, elas não construíram um legado sólido nem garantiram a fidelidade do eleitorado. No fundo, a população desejava mais do que benesses temporárias; queria ver um plano que realmente fizesse a diferença em suas vidas.

A vitória de Bentivi, que mesmo enfrentando problemas na Justiça Eleitoral, conseguiu uma grande margem de votos, é um claro reflexo da insatisfação da população com a administração de Mildson Medeiros. O ex-prefeito foi avisado pelos sábios de que uma eleição se ganha no voto, não no “tapetão” ou nas estratégias equivocadas tomadas pelos seus coordenadores de campanha. Sua escolha de ignorar esses conselhos e confiar em uma abordagem baseada em tapinhas nas costas acabou se revelando um erro fatal.

Essa situação nos remete ao famoso poema de Gregório de Matos:

“A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.”

A analogia é clara: Mildson, que não conseguiu governar efetivamente sua própria “cozinha”, ou seja, sua gestão e sua equipe, desejava governar a prefeitura de Itanhém por mais quatro anos. Ele se cercou de conselheiros inadequados, inclusive de sua própria família, permitindo que influências externas e pouco qualificadas moldassem suas decisões. Essa falta de controle interno resultou em uma administração desarticulada, que não soube atender às reais necessidades da população, principalmente do comércio.

A derrota de Mildson Medeiros deve servir como um alerta para Bentivi e para futuros candidatos sobre a importância da liderança efetiva e da construção de relacionamentos baseados na confiança e no respeito mútuo. A gestão pública exige não apenas realizações concretas, mas também uma visão estratégica e a capacidade de inspirar e mobilizar pessoas. A falta dessas qualidades pode levar a consequências drásticas, como vimos na recente eleição.  Por Edelvânio Pinheiro / Água Preta News

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