Palavras sem sentido

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É bonito os defensores do meio ambiente criticarem a emissão de gases poluentes pelos veículos automotores, fazendo apologia ao uso de bicicletas, por exemplo, que são capazes de se abdicar do carro ou da moto. Quando, não veem que muitos dos ambientalistas que afirmam ser essa a melhor saída desfilam por aí de carro; dificilmente, eles estacionam suas bikes nos locais em que são convidados a palestrarem. Ou alguns marxistas, que defendem a classe proletária, a igualdade na distribuição de renda, denunciam a exploração do homem pelo homem, sobretudo, combatem o Capitalismo, todavia, suas vidas seguem o padrão do capital, com belas casas, carros, alguns até usam a suposto defesa dos ideais socialistas como subsídio para a aquisição de status social e todo esse blábláblá aqui já falado sobre falsos marxistas.
Esses exemplos que dou, obviamente, podem não coincidir com a realidade de todos. Há sempre exceções! E viva a essas exceções! Apenas quero deixar claro que a fala deve estar embasada pelo discurso, para que surta efeito em toda a população, do contrário, mobilizar-se-á somente parte da sociedade, e o todo é sempre mais útil, ainda mais pelo fato de que o todo conterá cidadãos pensantes, seres críticos, os quais têm chances maiores de interferir e modificar a situação atual deste país, tomado pela corrupção da classe política, que como erva daninha se alastra por todo lado de nossas esperas públicas.
Mas, bons exemplos, atualmente, são difíceis de encontrar, pois, amam-se os erros. Abominam-se as virtudes. Sentir compaixão, ser comedido, solícito, gentil, dentre outros sentimentos benéficos e ações proveitosas ao coletivo, são consideradas coisa de fraco, ou idiota. O amor?! Ah! esse então. Não se ama hoje em dia. Lembra-se de um homem que morreu pela humanidade e que disse: “amemos uns aos outros como eu vos amei.”? Pois é, Ele deve estar sentindo uma decepção tão grande, afinal, as pessoas demonstram não amar a elas mesmas – quem se ama não usa drogas, não se prostitui, não se entrega ao álcool, às orgias das festas da atualidade, à criminalidade. Que amor esperar deste ser humano para seu semelhante? Nenhum.
Solidariedade, então, eis uma das palavras mais usadas nos discursos proferidos por aí a fora por aqueles que se dizem cidadãos de bem, defensores das causas sociais, que lutam com afinco pelo bem comum, o bem-estar da população, que sonham com um país mais justo, sem estratificação social etc., no entanto, lamentavelmente, muitos são apenas falsos moralistas, cujo discurso não condiz com a prática. Palavras sem sentido…sem sentimento.