Negócio da china

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Foram recebidas com comemoração, pelo empresariado brasileiro, as diversas medidas governamentais que abrem novas e maiores possibilidades de acesso dos produtos nacionais ao imenso mercado chinês.
A China, como se sabe, é a nação mais populosa do globo terrestre. Tudo lá é demasiadamente grande: usinas, cidades, obras de infraestrutura, produção de produtos e matérias-primas de todas as modalidades. E apesar de ser gerida pelo governo que mais fere os direitos humanos na China, economicamente falando, é uma potência cuja taxa de crescimento anual da economia é maior do que a de qualquer outro país, sendo medida pelos padrões de paridade de poder de compra, significando, com isso, que se desponta como a segunda grande economia mundial.
Explica-se que não é necessário ter muita imaginação para compreender o potencial de venda de qualquer loja em um país com 1,3 bilhões de pessoas. É por isso que, tanto hoje como no passado, os grandes países produtores querem atuar na China. No século 19, por exemplo, esse mercado gigantesco foi assediado pela poderosa Inglaterra, que estava no auge da Revolução Industrial, e precisava de consumidores para seus produtos. Só que era difícil ter acesso ao país, que, por se considerar culturalmente superior ao Ocidente, permanecia totalmente fechado.
O jeito para resolver o impasse foi partir para briga – sendo assim, nessa época aconteceram as Guerras do Ópio, em duas etapas (1839-1842 e 1856-1860). Vitoriosos, os ingleses impuseram o monopólio de comercialização do ópio com os chineses e ainda ocuparam a Ilha de Hong Kong, que só foi devolvida em 1997.
Na atualidade, o Brasil é um dos principais parceiros comerciais da China (leia-se fornecedor) enviando para lá grande parte de sua produção de grãos, vegetais, aço e outros produtos necessários a uma economia do tamanho da chinesa.
Os chineses, por sua vez, investem em vários mercados mundiais atuando extensiva e intensivamente na Ásia, na Oceania, na África onde mantêm uma série de empreendimentos de caráter extrativista – e também na Europa e nos Estados Unidos (EUA) onde investem atrelando sua economia à capitalização da União Europeia e Americana.
Nesse sentido, ao que parece, os governantes andam abrindo os olhos para a necessidade de maior comércio com esse país, maior e mais populoso que o nosso. Por isso, possa ser que, realmente, consigamos realizar um negócio da China.