Juventude em risco

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A violência está tomando dimensões gigantescas em nossa região, só neste jornal, todas as edições trazem casos horrendos de ações violentas registradas em Teixeira e cidades vizinhas. Antes, pensava-se que a violência estava presente somente nas grandes metrópoles, hoje, verificou-se que não, ela existe em todo o país.

Aqui no Extremo Sul da Bahia os índices de criminalidade vêm crescendo assustadoramente a cada ano, e, é cada vez mais comum jovens envolvidos nos crimes. Em sua grande maioria há questões ligadas ao uso e venda de drogas, um mal que está destruindo nossa juventude. Em Teixeira de Freitas, são incontáveis os casos de bocas de fumo estouradas em ações das polícias Civil e Militar e nas mesmas encontradas menores de idade e jovens com faixa etária que varia de 19 a 26 anos, aproximadamente, o que confirmamos ao lermos as notícias policiais. Sem citar casos de adolescentes de 13 anos com histórico de apreensões por porte de drogas, armas, furtos e roubos.

É dramática a situação, as pessoas estão se enveredando por caminhos errôneos cada vez mais cedo. Parece que a família não consegue mais passar os valores necessários à formação do indivíduo dotado de valores éticos e morais, a escola tão pouco, e o Estado, de todos, este é o verdadeiro culpado. A família sozinha não consegue fazer nada contra as investidas do meio social onde estes jovens são criados, assim, torna-se praticamente impossível para a escola, porque ela daria a continuidade, neste caso, a quê? Já que no seio familiar não existiriam valores suficientes na infância para moldar a personalidade deste jovem de hoje, ou, se existiu, o contexto social em que vivia o corrompeu.

Então caberia ao Estado fornecer subsídios concretos para assegurar os direitos que a população possui, ao invés de criar deveres e mais deveres alienantes, meros produtores de capital financeiro para ser doado às empresas dos capitalistas. Por que é isto que o governo faz com o dinheiro do contribuinte, investe naqueles que estão preocupados com geração de renda para a manutenção do liberalismo econômico, são as regras da tal globalização, ou para sermos diretos, do imperialismo econômico.

Estes interesses pecuniários se sobrepujam sobremaneira aos interesses de ordem humanitária. O velho mandamento de que deves amar ao teu próximo, hoje, não se aplica mais nem àqueles que, realmente, estão perto, quiçá ao resto da humanidade. Atualmente, o que impera é o dito popular “olho por olho, dente por dente”. Daí, enquanto os “donos-de-tudo” promovem acordos entre si para manterem-se sempre no poder e nunca perder o status de classe alta, porque, para quem não sabe, eles têm certo nível de lealdade. Mas, claro, sempre visando vantagens. Já o trabalhador, vive a mercê deles, e, quando acontecem acordos, as demissões não são evitadas, eles não medem esforços para renovarem o quadro de pessoal, nem dão importância aos efeitos de suas atitudes para aqueles que estão no chão das suas fábricas.

Indubitavelmente, tudo isso coopera para o aumento do índice de criminalidade nas cidades, sobretudo, entre os jovens, muitas vezes excluídos deste mercado de trabalho, cada vez mais seleto e disputado, onde a voz e a vez é de quem se cala, optando pela inação social.