Entre aplausos e vaias

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Ano novo, tempo de (re)começar, planejar, fazer aquela lista de metas que, dificilmente, você cumprirá e, em 2018, estará arrependido por não ter deixado o empreendedor que há em você falar mais alto. Mas, é a vida. Ela é feita das lições tiradas dos erros e acertos que temos no decorrer de cada ano, por isso, cada momento – causando alegria ou contentamento – é primordial para nossa (re)construção, desenvolvimento, evolução.
Mas, 2017 tem todo um quê de especial, por ser o ano de início de mandatos de novos prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Isso representa inda mais esperança em dias melhores, em mudança, transformação.
Domingo, 1º de janeiro de 2017, iniciou-se um novo ciclo em todas as cidades do Brasil no âmbito político e, sob aplausos, os novos gestores e edis tomaram posse. Em contrapartida, muitos ex-prefeitos saíram sob sonoras vaias da população, descontente com o mandato.
É um momento importante este, que deve ser visto com olhos de sabedoria por aquele que é empossado, afinal, hoje, ele é o ovacionado, o querido, mas, amanhã, pode sair vaiado e malquisto, depende somente dele mesmo. Faz-se necessário ter consciência que, aquele que está saindo, lá no dia 1º de janeiro de 4 anos atrás foi O cara. O aplaudido. Símbolo de renovação. O trazedor das boas novas. Acontece que, ao longo do mandato, ele não fez o que o povo esperava. E o povo é um algoz imbatível. Não perdoa.
Entretanto, as vaias podem, ou, não, serem justas, posto que não governa-se sozinho. Não é simples como se pensa (?). Não é simplesmente querer e fazer. Há que se observar aspectos burocráticos, financeiros, estruturais etc. que podem impedir que promessas de campanha sejam cumpridas. Também há, lógico (e parece maioria), político bandido, que rouba o povo com um sorriso fingido… esse, não cumpre o que prometera por falta de vontade. Poderia ter a maior máquina pública na mão que nada faria, porque seu único interesse é ludibriar o povo.
Ocorre, também, de o eleitor não ter maturidade para observar todos os aspectos inerentes ao ato de administrar uma cidade e julgar erroneamente aquele que sai. De qualquer modo, diz-se que o povo sempre tem razão, desta forma, independente de qualquer coisa, o prefeito precisa trabalhar com parcimônia, zelo pela cidade e respeito pelo erário público, porque o eleitor quis que ele ali estivesse, comandando o município. Mesmo sabedor de que, ao final do mandato, inda que tenha feito seu melhor, pode ser vaiado injustamente, ele tem que buscar cumprir as promessas de campanha – no mínimo –, e honrar sua consciência, não fazendo parte do time dos corruptos. É apreciável ser injustiçado do que réu em processos na Justiça. Ou, mesmo que processos injustos venham, estando inocente, não há o que temer.
Na verdade, o maior juiz do homem deve ser sua consciência. Se ela não te acusa, parabéns! Mesmo que agora, você, aplaudido, venha, daqui a 4 anos, ser vaiado, saberá que fez o que podia e, um dia, a verdade virá à tona.
Mas, o ruim mesmo é saber que a maioria que saiu sob vaias “tem culpa no cartório”, porque, durante o mandato, só fez acumular riquezas ilícitas e o abandono se instaurou de norte a sul da cidade…
Gente assim que deixa o povo desacreditado e passível de cometer injustiça.