Denúncia alerta sobre material usado na construção das arquibancadas do Estádio Robertão

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Segundo a denúncia, é um prelúdio da tragédia ocorrida na Fonte Nova, em Salvador

Teixeira de Freitas – Uma notícia postada no site “Tablóide on-line” esta semana, aguçou ainda mais a atenção dos desportistas de Teixeira de Freitas sobre a construção do Estádio Municipal Roberto Pereira de Almeida, o Robertão, que está sendo construído sob a gestão do prefeito Apparecido Staut com recursos na ordem de R$ R$ 918.335,63 (novecentos e dezoito mil, trezentos e trinta e cinco reais, e sessenta e três centavos), embora a obra tenha sido orçada pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) em R$ 1.150.050,00 (um milhão, cento e cinquenta mil e cinquenta reais), que a LOB Construções, para fazer ‘bonito’ e ganhar os afagos do gestor, venceu a licitação pelo menor valor, desclassificando, dessa forma, quatro empresas concorrentes.

Na notícia postada no “Tablóide on-line” lê-se: Sou leitor contumaz do site. Acho que este site age com lisura quando faz críticas às administrações aqui do extremo sul. Por isso, escolhi o “Tablóide” para fazer uma denúncia grave. Esta denúncia poderá evitar, possivelmente, no futuro, uma tragédia sem precedentes em Teixeira de Freitas. Estou me referindo à construção das arquibancadas do campo de futebol. Para todos que têm um mínimo de bom senso, segurança é essencial e é essencial em todos os itens de um projeto. Uma das maiores pragas que acometem a feitura de obras públicas é o superfaturamento e o uso de material inferior ou inadequado na construção de tais obras.

Caro editor, como é sabido de todos, o campo de futebol que está sendo construído em Teixeira de Freitas e que leva o pomposo nome de “Estádio Municipal” é objeto de um convênio entre a Prefeitura de Teixeira de Freitas e a Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte do Estado da Bahia e que através da sua Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb,) desenvolveu o projeto técnico do “Estádio” e monitora o desenvolvimento da construção.

É obvio que quando se trata de uma obra executada por qualquer órgão público existe uma série de documentos que fazem parte de um roteiro técnico a ser seguido por quem cabe a execução da obra. No caso específico do “Estádio”, o responsável pela obra é a Prefeitura. Ela fez uma “licitação” e uma construtora, que foi a vencedora, executa a obra.

Através da Sudesb a obra é monitorada por um departamento chamado de Diretoria de Operações de Espaços Esportivos, que tem uma Coordenação de Obras, Serviços e Manutenção.

O fato é que, quem está executando a obra, a construtora que “venceu a licitação”, não está seguindo o roteiro técnico (MEMORIAL DESCRITIVO) para as arquibancadas.

No item 03 – Especificações Preliminares de Materiais e Serviços e no 03.1Especificações Preliminares de Arquitetura, o Memorial Descritivo mostra o seguinte:

ARQUIBANCADA PADRÃO B-80-08 DEGRAUS.

– Degraus. Piso e espelho em concreto armado acabamento desempolado.

– Escadas da arquibancada. Piso e espelho em concreto armado, acabamento desempolado.

– Escada de circulação. Piso e espelho em concreto armado, acabamento desempolado.

ARQUIBANCADA PADRÃO A-80-08 DEGRAUS COM TRIBUNA DE HONRA.

– Degraus. Piso e espelho em concreto armado, acabamento desempolado.

– Escadas da arquibancada. Piso e espelho em concreto armado, acabamento desempolado.

– Escada de circulação. Piso e espelho em concreto armado, acabamento desempolado.

– Cobertura. Estrutura em concreto armado coberto com telha de fibrocimento canalete 90.

Caro editor, só para esclarecer, quando se lê no Memorial Descritivo piso da arquibancada e o espelho, este é a parte onde nós encostamos quando estamos sentados no piso. Só que no “Estádio” de Teixeira de Freitas o espelho não é de concreto armado. Pasme! Ele está sendo construído com lajotas de barro (tijolos) e revestido de cimento. Com certeza. os espelhos das escadas também serão.

O que isso significa tecnicamente para um futuro muito próximo?  Significa que as águas das chuvas vão penetrar nas lajotas e fazer com que elas apodreçam. Em termos de segurança significa que, com o uso feito pelos torcedores ao baterem com os pés no espelho este se quebrará e aí teremos algumas pedras que servirão para que alguns torcedores mais exaltados utilizem como armas.

Gostaria de saber se a obra está sendo fiscalizada pela Sudesb? Será que ela está de acordo com a economia que a construtora está fazendo ao substituir concreto por tijolo?

Será que a Sudesb já esqueceu a tragédia da Fonte Nova? Que motivo está levando à construtora que está executando o serviço a usar material inapropriado ou fora de especificação, como é o caso? Se for desconhecimento técnico, a história é gravíssima, pois significa que a Sudesb também não está enxergando a falha. Se for simples substituição de material, é preciso que a fiscalização compare o material que está sendo usado e os preços praticados na obra: substituir material por outro fora das especificações ou inferior, segundo ensina Antoninho Marmon Trevisan em sua cartilha, é sinal de superfaturamento. Não estamos acusando ninguém, mas que a falha está sendo cometida, está.

Segundo entrevista concedida ao site de notícias “Sulbahianews” na época da licitação da obra do novo estádio, ele terá novas arquibancadas, nova grama com irrigação e drenagem, dois bares, vestiários, tribuna de honra e todo o conforto para atender aos desportistas de Teixeira de Freitas e região, este será o resultado da construção do estádio, que começou no final de agosto com previsão de conclusão em, aproximadamente, seis meses, o que deve ocorrer no início de março.