As mortes evitáveis

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Brasil apresenta uma taxa de 23,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, segundo estimativas divulgadas este ano pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça. O país tem o quarto pior desempenho do continente americano atrás de Belize, República Dominicana e Venezuela – campeã de acidentes na região com 45,1 mortes por 100 mil habitantes.
A OMS também estima que o número de mortos nas estradas em todo o mundo pode chegar a 1 milhão por ano até 2030. De acordo com a organização, essa projeção mundial de vítimas fatais de acidentes automobilísticos tem um peso maior nos países de baixa e média renda, grupo no qual se encontra o Brasil.
São alarmantes os números. Os órgãos responsáveis têm investido em campanhas de conscientização. Em épocas de maior fluxo no tráfego, há, inclusive, operações realizadas em parcerias entre as polícias Civil e Militar visando diminuir acidentes nas principais rodovias do país, com ações de repressão à mistura álcool e direção, fiscalizações quanto ao uso de equipamentos obrigatórios de segurança, dentre outras atividades.
Entretanto, parece que estão esquecendo que se educa pelo exemplo. Em um país onde a justiça é flexível, sobretudo aos que possuem um maior poder aquisitivo, faz-se necessário que algo menos burocrático faça sentido. Aí que entra a participação da família. Os pais precisam parar de dirigir sem o cinto de segurança e, principalmente, deixar que as crianças fiquem sem o mesmo; em hipótese alguma abrir mão dos equipamentos de segurança exigidos na legislação de trânsito, como, além do cinto, lembrar que as crianças de até sete anos e meio deverão ser transportadas obrigatoriamente no banco traseiro e em dispositivos de retenção (cadeirinhas), o extintor de incêndio etc.
Há casos em que as crianças lembram e alertam aos pais sobre a necessidade de se obedecer às regras, mas, eles, em muitos casos, no auge da maioridade, no afã de sempre saber de tudo, dão uma desculpa aos infantes e deseducam, assim, se inicia e se perpetua a política do ‘jeitinho brasileiro’. Todavia, não apenas os familiares têm a responsabilidade pela ação que educa, todos aqueles de grande representatividade social carregam tal OBRIGAÇÃO, todos os que são vistos como autoridades dentro de uma Nação, como formadores de opinião, são obrigados a contribuir com a evolução do país, em dar bons exemplos.