Allan Kardec – vida e obra

346

Parte 5 – Dando continuidade à proposta lançada no início desse ano, em que utilizaremos esse espaço semanalmente para aprofundar nossos estudos sobre a Doutrina Espírita, seguindo o material do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita produzido pela Federação Espírita Brasileira, trazemos aos leitores a continuidade do estudo sobre Allan Kardec, o organizador dessa Doutrina de Luz.
Os primeiros estudos sérios de Espiritismo: aconteceram nas reuniões, na casa da família Baudin, lá que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações.
Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os espíritos, nada mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau que haviam alcançado, de adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles.
O simples fato da comunicação com os Espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a existência do mundo invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso campo aberto às nossas explorações, a chave de inúmeros fenômenos até então inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação permitia que se conhecessem o estado desse mundo, seus costumes, se assim nos podemos exprimir. Vi logo que cada Espírito, em virtude da sua posição pessoal e de seus conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que se chega a conhecer o estado de um país, interrogando habitantes seus de todas as classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes lados, colecionados, coordenados e comparados uns com outros. Conduzi-me, pois, com os Espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Continua.
Muita paz!